O PODER DO TRÁFICO: Ameaçado de morte, policial militar abandona residência na Vila Itamar

O policial militar Magno CARVALHO, do Grupo Tático Aéreo (GTA), está na mira de traficantes que atuam na área da Vila Itamar, em São Luís. Temendo pela própria vida e, principalmente, da família, o PM decidiu abandonar sua residência, localizada na Rua 1º de Maio, para viver em casa de parentes e de amigos em outros bairros da cidade.

O motivo das constantes ameaças teria sido a execução do marginal conhecido como Pingo, acusado de ter assassinado o sargento Clóvis Oliveira, no dia 28 de dezembro de 2011, quando este tentara impedir a fuga de uma quadrilha que havia assaltado uma residência na Vila Itamar. Clóvis, depois de dar voz de prisão a três dos assaltantes, foi surpreendido por outro elemento que disparou um tiro fatal pelas costas do policial.

O PM Carvalho, hoje ameaçado de morte, fazia parte do grupo que perseguiu os assaltantes e matadores do sargento Clóvis. Chegaram até a residência de Pingo e o mataram com dois tiros. Segundo informações, a vítima teria recebido os PMs a bala. Para vingar a morte de Pingo, esses traficantes prometem executar o PM Carvalho.

Pelas informações do próprio PM, as ameaças de morte estão partindo de Celso Belfort e Moisés, irmãos de Pingo. O grupo seria formado, ainda, por Peladinho e Chapa, residentes no Sacavém. A base deles estaria montada no Recanto Verde, área da Vila Itamar.

“Diante das ameaças de morte, tive que fechar minha residência na Vila Itamar. Estou temendo, não pela minha vida, mas pela vida de meus familiares. Hoje vivo de favor na casa de parentes e de amigos. É lamentável que esses bandidos, conhecidos da polícia, continuem à solta”, desabafa o PM Carvalho, que abandonou a residência há mais de duas semanas.

Na Vila Itamar, área dominada pelo tráfico, moradores temem tecer algum comentário sobre as ameaças feitas ao policial. Na verdade, impera a lei do silêncio, pois os moradores acham que a polícia não tem condições de enfrentar o poder de traficantes que atuam ali. 


Sem querer se identificar, um amigo do PM disse que a situação é muito preocupante. "Eles mataram um policial militar, mas não se conformam. Querem matar outros, só porque um deles foi eliminado, depois de assassinar o sargento Clóvis. A polícia não pode ficar refém da ação desses marginais que implantam o terror em toda essa área. A base deles é na Vila Recanto Verde, na área de preservação da reserva do Batatã. Só uma força de ocupação para tranquilizar a comunidade. O clima é de muita tensão", disse o amigo do policial ameaçado de morte.

Cabe ao comando da Polícia Militar desenvolver estratégias para garantir a vida de PMs que moram em áreas de alto risco, onde o tráfico é quem dita as regras do jogo.