Brasil Carinhoso prevê transferência de
renda, creches e serviços de saúde.
Bolsa Família será ampliado para
garantir R$ 70 por cada pessoa da família.
Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff anunciou na
noite deste domingo (13), em pronunciamento exibido em rede nacional de rádio e
televisão, um novo programa social que será voltado para famílias com crianças
de 0 a 6 anos.
O Brasil Carinhoso prevê que todas as
famílias com pelo menos uma criança nessa faixa etária tenham renda mínima de
R$ 70 por integrante. Ou seja, famílias que já recebem o Bolsa Família mas não
atingem renda per capita de R$ 70 terão um complemento no benefício para deixar
a situação de pobreza absoluta.
O governo considera como extremamente
pobres, miseráveis ou na pobreza absoluta as famílias cuja renda mensal por
pessoa é inferior a R$ 70.
"É uma ampliação e um reforço muito
importante ao Bolsa Família", disse Dilma sobre o Brasil Carinhoso,
anunciado em homenagem ao Dia das Mães. "O Brasil Carinhoso faz parte do
grande programa Brasil Sem Miséria que estamos desenvolvendo, com sucesso, em
todo território nacional e será a mais importante ação de combate à pobreza
absoluta na primeira infância já lançada no nosso país", afirmou a
presidente.
O programa Brasil Sem Miséria foi
lançado em junho do ano passado com a intenção de erradicar a miséria no país.
Segundo dados apresentados à época, o governo estima que 16,2 milhões de
pessoas no país vivem com menos de R$ 70 por mês.
Na semana passada, a ministra-chefe da
Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já havia dito ao G1, sem dar detalhes, que Dilma
anunciaria um pacote para as mães e para as crianças no Dia das Mães.
Creches e saúde
No pronunciamento deste domingo, que
durou cerca de sete minutos, Dilma anunciou ainda que o governo vai ampliar o
número de creches e os serviços de saúde para ajudar as famílias com crianças
pequenas.
Ela afirmou que será lançado um programa
para combater a anemia e a deficiência de vitamina A, além do início da
distribuição gratuita de remédios contra a asma nas unidades do Farmácia
Popular.
Em relação às creches, ela disse que o
governo construirá novas unidades e vai estimular convênios com entidades
públicas e privadas para "atacar pela raiz a desigualdade".
Em janeiro, a presidente havia anunciado
que o governo prevê investir R$ 7,6 bilhões para abrir 6 mil novas escolas de
educação infantil até 2014.
Norte e Nordeste
A presidente destacou ainda que a
situação das crianças de 0 a 6 anos é pior no Norte e Nordeste do país, regiões
que concentram 78% das crianças em situação de pobreza absoluta - 60% delas
estão no Nordeste.
"Regiões mais pobres, crianças mais
desprotegidas e mães e pais entregues historicamente a sua própria sorte. A
vida das crianças pobres tem melhorado muito nos últimos anos no Brasil. O
índice de mortalidade infantil caiu 47,5% no país e 58,6% no Nordeste. Porém,
muito ainda precisa ser feito e a situação se agrava em períodos de seca, como
ocorre neste momento no Nordeste."
Em razão disso, a presidente afirmou que
o governo terá "máxima atenção" com as crianças dessas duas regiões.
'Realidade amarga'
Ela também citou que "a faixa de
idade onde o Brasil tem conseguido menos reduzir a pobreza é infelizmente a de
crianças de 0 a 6 anos".
"Para um país é uma realidade
duplamente amarga. Ter ao mesmo tempo gente ainda vivendo na miséria absoluta e
essa pobreza se concentrar com mais força entre as crianças e os jovens."
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