Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Jornal Nacional volta a mostrar o sucateamento do SAMU em São Luís

Falta de ambulâncias ameaça moradores de São Luís


Segundo médicos e o Conselho Municipal de Saúde, no caso de um acidente com muita gente ferida, a cidade só vai contar com duas ambulâncias do Samu.
 
Uma cidade brasileira de um milhão de habitantes depende só da sorte para não enfrentar uma tragédia na saúde pública, porque, segundo médicos e o Conselho Municipal de Saúde, no caso de um acidente com muita gente ferida, essa cidade de um milhão de habitantes só vai contar com duas ambulâncias do Samu. E é a capital do Maranhão.
 
É hora de mais um atendimento. Mas o carro do Samu não pega. Das 17 ambulâncias de São Luís, 15 estão quebradas. Uma ainda funciona bem. A outra, só de vez em quando.

Os donos de oficinas conveniadas com a prefeitura dizem que não consertam mais os veículos por falta de pagamento de serviços anteriores. O resultado é que são duas ambulâncias para uma população de mais de um milhão de habitantes.

"É triste. É repugnante e é revoltante, sobretudo porque nós sabemos que os recursos têm. É repassado mês a mês pelo Ministério da Saúde", diz Lindomar Gomes, presidente da associação dos servidores do Samu.

Na sede do Samu, há salas cheias de equipamentos parados, que deveriam estar dentro das ambulâncias. Diante da falta de condições de trabalho, os socorristas decidiram adotar uma medida para, caso necessário, comprovar que não estão deixando de atender algumas pessoas por negligência. A cada plantão, um médico registra um boletim de ocorrência na delegacia de polícia explicando por que não consegue atender a todas as chamadas, e acusando o poder público de omissão de socorro.

"A questão ética nos proíbe de recusar fornecer atendimento a quem está necessitando de atendimento em caráter de urgência, mas nós não temos como prestar esse atendimento se não tem como se deslocar daqui. Não tem ambulância, como você vai fazer o atendimento?", questiona o médico socorrista José Ricardo Santos.

Nesta semana, os socorristas receberam mais uma má notícia. O combustível para abastecer as ambulâncias também foi cortado.

Enquanto isso, quem precisa de atendimento, sofre - como um motoqueiro que se acidentou. Depois de quase uma hora, o Samu chegou. E a enfermeira disse que ele teve sorte, porque o combustível já está racionado.

"Hoje nós estamos atendendo só ocorrências de trauma, porque não temos combustível suficiente para rodar", diz ela.

A Secretaria Municipal de Saúde de São Luís declarou que o serviço de reparo nas ambulâncias é frequente, e afirmou que dispõe, no momento, de seis ambulâncias. Mas não foi o que a nossa reportagem testemunhou. Os médicos socorristas e o Conselho Municipal de Saúde reafirmam que são apenas duas em funcionamento.
O Ministério da Saúde informou que repassa R$ 325 mil por mês para pagar metade das despesas com o serviço do Samu. A outra metade caberia à prefeitura. O ministério anunciou uma auditoria para apurar os problemas em São Luís.

Um comentário:

  1. Boa noite Gilberto Lima, Por onde passo e vejo reclamação dos descasos públicos, tento fazer reflexão sobre o preço do voto. Sim, preço do voto somado ao custo das campanhas eleitorais. Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima

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