Segundo médicos e o Conselho Municipal
de Saúde, no caso de um acidente com muita gente ferida, a cidade só vai contar
com duas ambulâncias do Samu.
Uma cidade brasileira de um milhão de
habitantes depende só da sorte para não enfrentar uma tragédia na saúde
pública, porque, segundo médicos e o Conselho Municipal de Saúde, no caso de um
acidente com muita gente ferida, essa cidade de um milhão de habitantes só vai
contar com duas ambulâncias do Samu. E é a capital do Maranhão.
É hora de mais um atendimento. Mas o
carro do Samu não pega. Das 17 ambulâncias de São Luís, 15 estão quebradas. Uma
ainda funciona bem. A outra, só de vez em quando.
Os donos de oficinas conveniadas com a
prefeitura dizem que não consertam mais os veículos por falta de pagamento de
serviços anteriores. O resultado é que são duas ambulâncias para uma população
de mais de um milhão de habitantes.
"É triste. É repugnante e é
revoltante, sobretudo porque nós sabemos que os recursos têm. É repassado mês a
mês pelo Ministério da Saúde", diz Lindomar Gomes, presidente da
associação dos servidores do Samu.
Na sede do Samu, há salas cheias de
equipamentos parados, que deveriam estar dentro das ambulâncias. Diante da
falta de condições de trabalho, os socorristas decidiram adotar uma medida
para, caso necessário, comprovar que não estão deixando de atender algumas
pessoas por negligência. A cada plantão, um médico registra um boletim de
ocorrência na delegacia de polícia explicando por que não consegue atender a
todas as chamadas, e acusando o poder público de omissão de socorro.
"A questão ética nos proíbe de
recusar fornecer atendimento a quem está necessitando de atendimento em caráter
de urgência, mas nós não temos como prestar esse atendimento se não tem como se
deslocar daqui. Não tem ambulância, como você vai fazer o atendimento?",
questiona o médico socorrista José Ricardo Santos.
Nesta semana, os socorristas receberam
mais uma má notícia. O combustível para abastecer as ambulâncias também foi
cortado.
Enquanto isso, quem precisa de
atendimento, sofre - como um motoqueiro que se acidentou. Depois de quase uma
hora, o Samu chegou. E a enfermeira disse que ele teve sorte, porque o
combustível já está racionado.
"Hoje nós estamos atendendo só
ocorrências de trauma, porque não temos combustível suficiente para
rodar", diz ela.
A Secretaria Municipal de Saúde de São
Luís declarou que o serviço de reparo nas ambulâncias é frequente, e afirmou
que dispõe, no momento, de seis ambulâncias. Mas não foi o que a nossa
reportagem testemunhou. Os médicos socorristas e o Conselho Municipal de Saúde
reafirmam que são apenas duas em funcionamento.
O Ministério da Saúde informou que
repassa R$ 325 mil por mês para pagar metade das despesas com o serviço do
Samu. A outra metade caberia à prefeitura. O ministério anunciou uma auditoria
para apurar os problemas em São Luís.
Boa noite Gilberto Lima, Por onde passo e vejo reclamação dos descasos públicos, tento fazer reflexão sobre o preço do voto. Sim, preço do voto somado ao custo das campanhas eleitorais. Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima
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