Dilma chamou o processo contra ela de
"eleição indireta, falsificada de impeachment".
"Nós não vamos deixar que encurtem
o caminho ao poder, através de uma eleição indireta, falsificada de
impeachment", afirmou.
Confira o pronunciamento da presidente.
Do Brasil 247
Durante abertura da 12ª Conferência
Nacional de Direitos Humanos, nesta quarta-feira (27), a presidente Dilma
Rousseff afirmou que tem orgulho do País e que é necessário que a luta pela
democracia seja continuada.
Para Dilma, o processo de impeachment
contra ela no Senado diz respeito à democracia, e não ao seu mandato. "Nós
vamos discutir o nome social, eles não vão discutir o nome social.
"Vou lutar até o fim para garantir
que a democracia seja respeitada. Este é um processo de eleição indireta,
daqueles que não têm voto, para se colocar numa disputa e receber os votos do
povo brasileiro, que é o único caminho correto para alguém chegar ao governo.
Nós não vamos deixar que encurtem o caminho ao poder, através de uma eleição
indireta, falsificada de impeachment. O que está em questão não é apenas 54
milhões de votos. É mesmo aqueles que compareceram às eleições, que são 110
milhões de brasileiros. Eles também serão roubados, porque mesmo quando você
participa, você tem que respeitar seu adversário. E só tem um vencedor, que é o
povo brasileiro. Não podemos desrespeitar eleições diretas no Brasil. Se
aceitar isso, estaremos desrespeitando o povo brasileiro", afirmou.
Dilma disse ainda que o processo tem um
pecado original, que é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
"Ele queria fazer um jogo escuso
com o governo. Qual era o jogo: votem para impedir que eu seja julgado no
Conselho de Ética, tira os votos que o governo tem no Conselho de Ética, e aí
eu não entro com o processo de impeachment. Um governo que aceita uma
negociação dessa, entra em processo de apodrecimento, daí nós nos recusamos.
Aí, o presidente da Câmara abriu o processo de impeachment. Eu não tenho contas
no exterior, jamais usei dinheiro público para me beneficiar, não tenho
acusação de corrupção. Então eles arranjaram uma acusação e me acusam de ter
práticas contábeis incorretas", explicou.
Dilma destacou que a importância da
conquista dos direitos. "Todos nós, inclusive esta presidenta, só chegou
aqui porque lutou também, a boa luta, pela democracia, pela inclusão. A
democracia só é plena quando os direitos humanos são respeitados", disse a
presidente.
A presidente elencou uma série de ações
e obras que foram realizadas desde o seu primeiro governo e ressaltou a criação
da Comissão Nacional da Verdade. "Significa que nós avançamos na
compreensão de uma fase da história brasileira que não queremos que se repita,
que foi a ditadura. Tortura nunca mais!", disse Dilma.
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