Outro inquérito solicitado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot é contra os senadores do PMDB Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, sob suspeita do recebimento de propina das obras da hidrelétrica de Belo Monte.
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
AGUIRRE TALENTO
MÁRCIO FALCÃO
Folha de São Paulo/de Brasília
A PGR (Procuradoria Geral da
República) enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pacote de pedidos de
aberturas de inquéritos com base na delação do senador Delcídio do Amaral
(ex-PT-MS), dentre eles duas investigações contra o presidente nacional do
PSDB, senador Aécio Neves (MG), e outra que atinge a cúpula do PMDB no Senado.
Caso o ministro Teori Zavascki
determine a abertura dos inquéritos, Aécio passará a ser oficialmente
investigado em desdobramento da Operação Lava Jato. São duas linhas de apuração
contra o senador: uma, a suspeita do recebimento de propina de Furnas, e outra,
a acusação de que maquiou dados do Banco Rural para esconder o mensalão do
PSDB.
No caso do Banco Rural, também
deve ser investigado o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), próximo a Aécio e
que, segundo Delcídio, sabia que os dados estavam sendo maquiados.
Na época da divulgação de
delação de Delcídio, Aécio classificou de "falsas" e
"mentirosas" as acusações.
Outro inquérito solicitado pelo
procurador-geral da República Rodrigo Janot é contra os senadores do PMDB
Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros
(AL), presidente do Senado, sob suspeita do recebimento de propina das obras da
hidrelétrica de Belo Monte.
Neste caso, a PGR pediu que os
fatos relativos a Belo Monte sejam distribuídos nos inquéritos já existentes
contra esses senadores, sem a abertura de um procedimento específico sobre o
caso.
Em sua delação, Delcídio afirmou
que houve pagamento de ao menos R$ 30 milhões de propina pela construção de
Belo Monte, "pagos ao PT e ao PMDB", e citou esses senadores que
devem ser investigados por Janot.
Uma quarta investigação mira o
ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo e o deputado Marco
Maia (PT-RS) pela participação na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014.
Eles foram acusados de participar de um esquema para achacar empresas
investigadas pela CPI em troca de recursos para a campanha. Vital era o
presidente da comissão e, Maia, o relator.
Delcídio afirmou ainda aos
investigadores em sua delação que o então senador Vital do Rêgo (PMDB), atual
ministro do TCU, e os deputados Marco Maia e Fernando Francischini (SD-PR)
cobravam "pedágios" para não convocar e evitar investigações sobre os
empresários Leo Pinheiro, Julio Camargo e Ricardo Pessoa, que são alvos na Lava
Jato. Segundo Delcídio, a CPMI de 2014 obrigava os três empresários a jantar
todas as segundas-feiras em Brasília para negociar o pagamento de propina.
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