Sessão
desta quinta vai ouvir defesa da presidente; senadores petistas vão apresentar
parecer contrário ao de Anastasia
ISABELA BONFIM
O ESTADO DE S.PAULO
BRASÍLIA - Após liminar do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que afastou o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal
e, consequentemente, do comando da Casa nesta quinta-feira, 5, governistas vão
questionar o vício do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff por
desvio de finalidade de Cunha. A tese, já levantada pela defesa, foi rechaçada
na quarta, 4, no relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao
impeachment.
"Como denunciamos desde o
primeiro momento, houve um desvio de finalidade, um desvio de poder no
posicionamento dele de aceitar essa denúncia em relação à presidente Dilma.
Isso macula o processo desde a sua origem", afirmou o líder do governo no
Senado, Humberto Costa (PT-PE).
A sessão desta quinta-feira, 5,
na comissão do impeachment é dedicada à discussão do relatório de Anastasia e a
estratégia dos governistas será questionar, justamente, o vício do processo com
base na "falta de credibilidade" de Cunha na aceitação e condução do
processo na Câmara.
"Claro que vamos trazer
hoje essa questão, porque essa decisão do ministro Teori, que deve ser
confirmada pelos demais ministros, comprova o fato de que o presidente da
Câmara usou do seu poder para atender a interesses que não o do público",
disse Costa.
O líder do governo espera um
grande debate hoje na comissão, questionando se a decisão da Câmara dos
Deputados, de denunciar a presidente Dilma, deve ser cumprida. Por outro lado,
o relatório de Anastasia, além de desconsiderar qualquer desvio de finalidade
de Cunha, considera que a decisão não coube apenas ao presidente da Câmara, mas
a todos os deputados que votaram em plenário em 17 de abril. Os governistas vão
entregar à comissão do impeachment um voto em separado com parecer contrário ao
de Anastasia.
Reflexão para a história. A
senadora Fátima Bezerra (PT-RN) criticou que a decisão do ministro Teori tenha
saído tão tarde. "Ele já cumpriu o papel sujo dele de ser o protagonista
para promover o impeachment da presidente. É lamentável que ele não tenha sido
afastado antes. É um dado que servirá de reflexão para a história", disse.
A decisão do ministro Teori foi
tomada mais de cinco meses depois de a Procuradoria Geral da República ter
pedido o afastamento de Eduardo Cunha, em dezembro do ano passado, alegando que
ele usou o cargo para interferir nas investigações da Operação Lava Jato. No
mesmo mês, Cunha aceitou o pedido de impeachment da presidente.
"O que boa parte da
sociedade brasileira está se perguntando nesse momento é por que ele não foi
afastado antes. A quem interessava que ele fosse afastado da Câmara somente
depois de cumprir o papel de maestro do golpe?", indagou Fátima.
Sem choro, agora já era, o mala do Cunha fez o que tinha que ser feito e agora será afastado e provavelmente condenado e preso. Mas deixou um legado, tirar essa beócia do planalto. Vamos fazer uma limpeza na política, o próximo será Temer, Renan, Aécio etc etc etc...até depurar essa lama que é a política brasileira.
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