A ex-secretária Genilde
Campagnaro, indicada de Zequinha Sarney e responsável pelo esquema condenado
pela Lei Anticorrupção
do blog do Garrone
A condenação da empresa Tramitty
Serviços Ltda, com base na Lei Anticorrupção, publicada nesta quarta-feira no
Diário Oficial do Estado, revela muito mais do que as ilegalidades de sua
contratação pela Secretaria de Meio-Ambiente durante o governo Roseana Sarney,
detectadas pela Secretaria de Transparência e Controle do governo Flávio Dino.
A Tramitty Serviços Ltda. é um
exemplo de como funcionava o Maranhão, onde as obras públicas significavam,
antes de tudo, oportunidade de ganhar dinheiro, independente dos benefícios
somente alcançados com sua conclusão.
Inicialmente ela foi contratada
para auxiliar a SEMA em seus processos licitatórios, e recebeu R$ 5 milhões dos
recursos da compensação ambiental pagos pela Petrobras, por uma refinaria que
não saiu do papel.
O que não a impediu de prestar o
seu serviço de maneira refinada.
Após a substituição em 2014 do
secretário Victor Mendes, que assinou o primeiro contrato, por Genilde
Campagnaro, indicada pelo hoje ministro do meio-ambiente do governo provisório
de Michel Temer, Zequinha Sarney, para facilitar a eleição do filho, Adriano, a
deputado estadual, a Tramitty encontrou um jeito de continuar faturando, desta
vez extraindo petróleo do BNDES.
Ao assessorar a SEMA, já sob o
comando de um outro braço da oligarquia – embora irmão, Zequinha sempre foi
preterido por Roseana nos negócios do governo – a Tramitty, com a desculpa de
cumprir o serviço pela qual foi contratada anteriormente, aproveitou para
revisar o termo de referência e outros atos da licitação para a realização do
Cadastro Ambiental Rural – CAR, e conquistar os R$ 9,6 milhões, do novo
contrato.
A Tramitty foi condenada pela
Secretaria de Transparência e Controle a pagar R$ 4,3 milhões, depois que uma
auditoria especial conduzida pela Controladoria Geral comprovou o esquema.
Como a Anticorrupção permite ao
Executivo julgar e aplicar uma condenação pecuniária, e não atinge ex-gestores
para evitar perseguições políticas, o secretário Rodrigo Lago encaminhou sua
decisão à Procuradoria Geral do Estado, Superintendência de Prevenção e Combate
à Corrupção da Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas, para que
a ex-secretária, Genilde Campagnaro, responda por seus atos.
E que se possa reafirmar que
verdadeiramente o crime não compensa, que não seja apenas uma máxima criada
para convencer o pobre a viver de salário mínimo sem recorrer à marginalidade;
já que ela foi indicada por Sarney, pelos “serviços prestados”, a comandar a
Superintendência Federal de Pesca e Agricultura no Maranhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário