Por
que o senador João Alberto não quer depor para Gim Argello.
Arrolado
pela defesa de ex-senador preso na Lava Jato, peemedebista maranhense pediu
dispensa alegando que 'manifestamente não tem nada a acrescentar'
POR MATEUS COUTINHO
JULIA AFFONSO E FAUSTO MACEDO
O Estado de São Paulo
Chamado para depor como testemunha do
ex-senadro Gim Argello (PTB) na Lava Jato, o senador João Alberto de Souza
(PMDB-MA), suplente na Comissão do Impeachment, pediu para ser dispensado do
depoimento diante do juiz Sérgio Moro.
Ele foi chamado pela defesa do
ex-senador para ser ouvido na ação em que Argello é acusado de receber ao menos
R$ 5,3 milhões em propinas de empreiteiras para evitar a convocação de
executivos das construtoras nas duas CPIs da Petrobrás no Congresso em 2014.
Em ofício encaminhado ao juiz da Lava
Jato no dia 30 de junho, o peemedebista disse que, apesar de ter participado da
CPI Mista da Petrobrás em 2014, “não tem qualquer conhecimento sobre os fatos
narrados na denúncia”, ou mesmo “sobre qualquer matéria que possa ser relevante
ao apreço deste juízo”. Ele alega ainda possuir “reputação ilibada e conduta
irrepreensível”.
Em relação a Argello, o senador diz
ainda que mantinha “apenas o relacionamento profissional necessário ao
desempenho das atividades parlamentares”. A defesa de Argello, por sua vez,
apontou que ele foi presidente da primeira reunião do colegiado, que elegeu o
então senador e hoje ministro do TCU Vital do Rêgo (PMDB) presidente da
comissão. Além disso, João Alberto também participou de outras regiões do
colegiado, que concluiu os trabalhos sem convocar nenhum empresário das
empreiteiras na mira da Lava Jato.
Seguindo a mesma linha do petista Paulo
Paim, que também pediu dispensa, o peemedebista alega que o Senado vive um
momento muito importante, com o processo do impeachment e a atual crise
econômica do País, e que o seu eventual deslocamento para a Justiça Federal
causará “graves prejuízos” ao exercício de sua atividade parlamentar.
“Furtar um senador da República dessas
atividades imprescindíveis à condução do País para sua oitiva em processo que
manifestamente não tem nada a acrescentar não é compatível com as finalidades
do processo penal”, afirma o senador. Apesar dos argumentos, diante da
insistência da defesa de Argello, o juiz Sérgio Moro mandou notificar João
Alberto para que se manifeste sobre a melhor data para depor na Justiça, o que
pode ser feito por meio de videoconferência. Procurado pela reportagem, o
parlamentar informou por meio de sua assessoria que irá marcar o depoimento o
quanto antes.
Confira a íntegra dos argumentos de João
Alberto.
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