Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Kajuru diz que sumiu por se sentir ameaçado, mas promete novas denúncias

Ele disse que se escondeu por se sentir ameaçado. "Vou desaparecer toda vez que eu sentir o risco real. Grato imprensa nacional. Vocês fazem coronéis ter medo de matar um defunto nacional", escreveu. "Em Goiás se matou jornalista no centro com 7 tiros. Queriam que eu ficasse cara a cara com jagunços de bicheiro e políticos frios. Escondi mesmo", explicou.
Do UOL, no Rio

O jornalista e apresentador Jorge Kajuru afirmou em entrevista ao UOL que seguiu o conselho de políticos amigos para "passar um tempo fora" por se sentir ameaçado devido a denúncias feitas contra o governador de Goiás Marconi Perillo e o contraventor Carlinhos Cachoeira. No sábado (2), seu produtor fez um anúncio nas redes sociais dizendo que ele havia sumido. Na madrugada desta segunda-feira (4), Kajuru disse em suas redes sociais que prestará esclarecimentos à Justiça.

"Em 2002, fui tirado de Goiânia num sábado às 11 da manhã num avião para São Paulo, porque algumas pessoas próximas alegavam que eu estava correndo risco. Essas mesmas pessoas me aconselharam a tirar uns 15, 20 dias e ir para um lugar seguro, o momento não estava bom para mim. Um jornalista foi assassinado com sete tiros no centro da cidade. Semana passada, quase mataram outro jornalista, quebraram a costela dele. Fiz minha mala, chamei dois seguranças, que são ex-policiais e falei: 'Não temos prazo para voltar'", afirma ele, que viajou na terça-feira.

No sábado, em Ribeirão Preto, foi avisado de que seu paradeiro era conhecido. "Eu estava descasando, ia sair à noite, queria encontrar o filho do Sócrates, o Júnior. Minha ideia era ficar lá até quarta-feira. Falei: 'Vamos cair fora'. Mas ontem à noite disse 'Chega'. Não sou fugitivo, não matei ninguém, apenas denunciei. Estou exercendo minha profissão de jornalista", disse.

Ao UOL, o delegado Valdemir Pereira da Silva, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de Goiás, afirmou que está analisando como proceder com a investigação do caso do jornalista. "Fizemos diligências desde ontem no sentido de saber o paradeiro dele. A gente vai analisar o fato para ver se vamos tomar alguma providência. A princípio, em tese, não houve crime, já que ele não estava desaparecido". Segundo ele, ainda não está previsto um depoimento do jornalista.

Apresentador cogita mudar de cidade

O apresentador afirma que procurou o Ministério Público para tomar providências. "Quanto à família, não tenho preocupação, sou filho único, meus pais já morreram, não tenho nem um primo. Minha mulher mora no Rio de Janeiro. Agora eu tenho uma decisão a tomar. Se essa insegurança continuar, vou decidir se vou cair fora de Goiânia. Amo a cidade, fiquei 15 anos lá, me candidatei a deputado federal por lá. A maior parte do povo gosta de mim. É um povo sofrido, a imprensa não denuncia nada", diz ele, que promete não parar com as denúncias.

"Para denunciar as coisas em Goiás eu não preciso morar lá. Mas é a pior coisa que pode acontecer. No programa 'Tele Kajuru Denúncia' recebo em médio 350 denúncias por dia, a maioria com documento. Tenho 200 horas de gravações do Marconi e do Cachoeira. Coloquei as principais, as mais estarrecedoras. Não tem uma terceira pessoa sobre a qual eu faça uma denúncia tão grande", afirma.

No Facebook, Kajuru lamentou as críticas que leu a seu respeito na internet. "Duro é passar o que passei, e ter que ouvir certos comentários aqui. Mas nada mais me derruba, nem a morte, Bj aos de bem", afirmou.


Ele disse que se escondeu por se sentir ameaçado. "Vou desaparecer toda vez que eu sentir o risco real. Grato imprensa nacional. Vocês fazem coronéis ter medo de matar um defunto nacional", escreveu. "Em Goiás se matou jornalista no centro com 7 tiros. Queriam que eu ficasse cara a cara com jagunços de bicheiro e políticos frios. Escondi mesmo", explicou.

Um comentário:

  1. Força Kajuru! Você tem razão, grande parte da imprensa é aiada destes bandidos. E a Justiça... Esta, principalmente no Estado de Goiás... De vez em quando me lembro ex-senador cassado Demóstenes Torres que é membro (afastado? Nem sei mais) do MP, irmão do então PGJ de Goiás. Grande Demóstenes, acusado em várias frentes de usar seu cargo na época para favorecer negócios do seu amigão Carlinhos Cachoeira, este que segundo algumas fontes, manda e desmanda na polícia e justiça de Goiás, Estado podre, nojento e abandonado por causa destes vagabundos. Estado onde se encontra a região que foi considerada há poucos como a mais violenta do mundo, o Entorno do DF, onde raramente se vê policiamento ostensivo e a polícia civil praticamente não existe, em grande parte por falta de investimento. A saúde é quase zero, pois fica tudo por conta de Brasília, a educação é totalmente deficitária e o povo segue sofrendo e também tem sua parcela de culpa por permitir que essa quadrilha se mantenha instalada por tanto tempo.

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