Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Procuradoria do Estado solicita à PF detalhes da operação de combate à extração e comercialização de madeira ilegal no Maranhão

"As informações e documentos que vierem a ser fornecidos por essa instituição irão subsidiar a Administração pública Estadual na adoção das providências disciplinares e outras cabíveis em face de servidores públicos estaduais eventualmente envolvidos nos fatos", destaca o documento da PGE

A Procuradoria Geral do Estado encaminhou ofício à Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (14), solicitando mais informações sobre a Operação Operação Hymenaea, deflagrada com o objetivo de combater grupo criminoso ligado à extração e à comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi.

No documento encaminhado ao Superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Silva Saraiva, a PGE pede que seja autorizado o compartilhamento, com o Poder Executivo Estadual, das informações obtidas pelo órgão nas investigações realizadas.

“Registramos que as informações e documentos que vierem a ser fornecidos por essa instituição irão subsidiar a Administração pública Estadual na adoção das providências disciplinares e outras cabíveis em face de servidores públicos estaduais eventualmente envolvidos nos fatos objeto da investigação policial”, ressalta o documento da PGE, assinado pelo procurador Rodrigo Maia.

A iniciativa da PGE foi motivada pelo fato de ter sido divulgada a suposta participação do Secretário de Estado de Meio Ambiente, Marcelo Coelho, e de outros servidores da Sema, no esquema criminoso.
Operação da PF foi deflagrada nesta quinta

Mais de 300 policiais federais, apoiados por servidores do IBAMA e por policiais do BOPE de Brasília e do Rio de Janeiro, estão dando cumprimento a 77 medidas judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e apreensão, bem como à suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras, nas cidades de São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância, Zé Doca, Alto Alegre do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, todas no estado do Maranhão. No Rio Grande do Norte: Tibau, Mossoró, Parnamirin e Natal, e em Capuí no estado do Ceará.

A organização criminosa atuava extraindo ilegalmente madeira das reservas indígenas. Esse material era “esquentado” por meio de documentação fraudulenta para o transporte e retirada das áreas protegidas. Um membro da quadrilha era o responsável por emitir documentos destinados a microempresas laranjas, cadastradas como construtoras em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Essa manobra servia para desviar a madeira para receptadores em todo o Nordeste brasileiro.

Os desmatamentos causaram danos ambientais gigantescos no último reduto da floresta amazônica na região nordestina. A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das árvores de menor valor monetário. Segundo estimativas, o grupo teria movimentado valores da ordem de R$ 60 milhões. 



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