Com
a mesma firmeza com que tem enfrentado seu processo de afastamento, Dilma
Rousseff leu, na tarde de hoje, a “Mensagem ao Senado Federal e ao povo brasileiro”,
no Palácio da Alvorada
Assim que terminou a disputa de
pênaltis da seleção brasileira contra a seleção da Suécia, a presidenta Dilma
declarou seu compromisso com a democracia e com as medidas necessárias para
superar o que chamou de impasse político. Admitiu ter se aproximado do povo
durante o período de afastamento, o que fez com que conhecesse melhor as
críticas a seu governo.
Dilma pediu ao Senado que
encerre o processo de impeachment em curso e que reconheça que não houve crime
de responsabilidade, como tem sido provado “Sou inocente.”
Na carta, a presidenta afirma
que apenas o povo poderia afastá-la e avisa que, caso volte ao Palácio do
Planalto, defenderá a implementação de um plebiscito popular para decidir se o
País deve convocar novas eleições.
De acordo com Dilma, se o
processo de impeachment for consumado, “teríamos um golpe de Estado”. O que
transformaria o colégio eleitoral brasileiro de 110 milhões de eleitores em um
colégio eleitoral de 81 senadores. Ou seja, um golpe com eleição indireta.
Ela defende, ainda, uma reforma
política “ampla e profunda”, para superar a fragmentação de partidos, moralizar
o financiamento de campanhas eleitorais, fortalecer a fidelidade partidária e
dar mais poder aos eleitores.
Dilma disse que devemos
construir um pacto nacional baseado no Desenvolvimento e na Justiça Social,
para consolidar a paz no País. Reforçou que quer mudar de posicionamento sobre
o que talvez tenha sido uma das principais críticas a sua gestão: a falta de
dialogo com movimentos sociais.
Compromete-se com as políticas
sociais, diversidade e riqueza cultural, com a geração de empregos, o
crescimento econômico, saúde, educação e moradia. Denuncia a tentativa de
desgastar o governo desconsiderando o preço que a população tem pagado e pede a
continuidade da luta contra a corrupção.
Ao final, afirmou se sentir
orgulhosa por ser a primeira mulher eleita presidenta do Brasil. “A vida me
ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura.
Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça. (...) Quem
deve decidir o futuro do Pais é o nosso povo.”
Leia a íntegra da carta da
presidenta Dilma Rousseff ao Senado Federal e ao povo brasileiro.
de Jornalistas Livres
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