Janaína Paschoal diz que os
recursos apresentados pelos partidos da base de Michel Temer contra o
fatiamento da votação do impeachment, que manteve o direito de Dilma Rousseff
assumir cargos públicos, forem aceitos, o Supremo pode pedir um novo julgamento
e, depois de 180 dias, Dilma voltaria imediatamente ao cargo.
A
advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma
Rousseff, e o jurista Miguel Reale, que também assina o documento, temem que a
petista volte à presidência da República caso os recursos apresentados por
partidos da base de Michel Temer sejam aceitos pelo Supremo Tribunal Federal.
O
fatiamento da votação do impeachment, que manteve os direitos de Dilma ocupar
cargos públicos – a candidatura ainda é discutida entre juristas, que de um
lado afirmam que ela pode, mas de outro acreditam que a Lei da Ficha Limpa
impediria um cargo eletivo – rachou a base de Temer.
Um
recurso assinado por PSDB, PPS e DEM será apresentado nesta sexta-feira 2 ao
STF, pedindo a revisão dessa segunda votação, que beneficiou Dilma. Janaina enxerga
que os recursos podem levar todo o impeachment por água abaixo, uma vez que se
o Supremo decidir depois de 180 dias que todo o julgamento deverá ser refeito,
Dilma volta ao cargo.
Irritada
com esses partidos, ela enxergou nos parlamentares algo que provavelmente nunca
tinha percebido até então, que todo o processo de impeachment não passa de uma
disputa de poderes. "Vocês estão cegos! Cegos pela vaidade! Cegos pela
ganância! Cegos pela sanha punitiva! Reflitam!", apelou a advogada.
"Eu
peço, pelo amor de Deus, que quem já impugnou o julgamento do Senado, desista
das medidas interpostas. Eu peço, pelo amor de Deus, que os partidos que ainda
não impugnaram, não interponham nenhum tipo de medida", pediu.
"Se
o impeachment for anulado, ainda que se marque novo julgamento, Dilma voltará
imediatamente para o poder, pois terão passado os 180 dias. Será que eu preciso
desenhar?", escreveu Janaina nas redes sociais.
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