Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A sabatina, o canil, os jornalistas e a esperteza política de um candidato

Eduardo Braide durante a polêmica sabatina promovida neste sábado pela TV Difusora
Por Raimundo Garrone

A polêmica participação do candidato Eduardo Braide na sabatina promovida pela TV Difusora na manhã de sábado (15) permitiu a abertura do canil para uma série de ataques despropositados aos jornalistas Clodoaldo Correa, John Cutrim, Jeisael Marx e Leandro Miranda.

Em primeiro lugar concordo que o jornalista Jeisael Marx perdeu a cabeça, mas não é motivo para o linchamento a que foi submetido, onde alguns vorazes chegaram ao ponto de classificar este sábado como um dia negro para o jornalismo maranhense.

Esquecem, embora não queira com isso justificar a atitude do jornalista, que foi o próprio Eduardo Braide que partiu para o desaforo ao tentar desqualificar o jornalista John Cutrim e o próprio Jeisael ao acusá-lo de promover ataques nas redes sociais contra a sua pessoa.

Foi o próprio Braide, que ao invés de corrigir uma informação errada dos jornalistas preferiu tachá-los de desinformados e confundir o exercício profissional do jornalista John Cutrim na Secretaria de Comunicação na Prefeitura de São Luís com subserviência e motivo para os questionamento que fizera durante a sabatina.

Foi o próprio Braide que desrespeitou o Sistema Difusora de Comunicação, acusando-o de estar à serviço da candidatura de Edivaldo Holanda.

Foi o próprio Braide que ao não aceitar ser questionado, principalmente sobre a sua passagem pela Caema e a sua afirmação de que à época as praias de São Luís não estavam poluídas, como se isso fora resultado do seu trabalho em apenas um ano à frente da insituição.

Não é preciso ter pernas curtas para desconfiar dessa acertiva saneadora, pois basta calcular que o pouco tempo em que esteve à frente da Companhia não é  suficiente para promover obras que garantissem a balneabilidade das praias, somente possível com o pleno funcionamento das estações de tratamento e a ampliação da rede coletora de esgoto para evitar que os dejetos produzidos pela população desemboquem in natura no nosso litoral, como fez recentemente o governador Flávio Dino, depois de dois anos de trabalho.

Caso as praias estivessem realmente em condições de balneabilidade, como prega o candidato, elas assim já estavam antes dele ocupar o posto maior da empresa aos 29 anos durante o governo José Reinaldo Tavares.
Site do Ministério Público Federal com a matéria sobre a ação que condenou a Caema a implantar um sistema de coleta e tratamento de esgoto em São Luís.
Mas ao contrário do que propaga Braide, as praias não só estavam poluídas como a Caema foi condenada em uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Federal.

A sua mentira não passou de propaganda eleitoreira e comprovação da raposa política, como é considerado o candidato, que também mente ao se apresentar ao eleitor como um sujeito apolítico, que rejeita qualquer vínculo político partidário para conquistar o eleitor desiludido com a classe política.

Em 2005, ano em que esteve à frente da Caema, um laudo de inspeção sanitária apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde nas áreas da Ponta d’Areia e Olho d’Água mostrou que o esgoto das residências e estabelecimentos comerciais eram lançados diretamente do mar, que era ainda contaminado pelo desague dos rios Pimenta, Calhau e Jaguarema, que recebiam alta carga de esgoto dos bairros Cohama e Parque Shalon.

O Ministério Público Federal entrou com a ação,  que acabou por condenar em 2007, depois de transitado e julgado, a Caema a recuperar o sistema de esgotos da capital, o que só ocorreu agora em 2016.

O pior é alguns considerarem que a frieza e a capacidade de mentir de Braide ao enfrentar os questionamentos dos jornalistas, o qualifica como candidato preparado para administrar São Luís.

Neste caso, a única qualidade – se isso for uma qualidade – que se depreende da sua participação na sabatina, é a esperteza política.

A mesma que o faz defender uma campanha limpa e baseada na discussão de propostas, mas que não passa de uma grande sujeira, quando se sabe que a sua intenção é evitar que o eleitor possa realmente conhecê-lo, além da eloquência e a conversa mansa com que se apresenta e faz crer.


Temperamental, será que Eduardo Braide não é flor que se cheire?

3 comentários:

  1. o que eu assisti foi um candidato e quatro jornalistas completamente nervosos e desequilibrados. mas um que se superou, pra um jornalista ele é um bom cantador de pedra de bingo.

    ResponderExcluir
  2. Totalmente descontrolado. ... podes assim querer governar uma cidade??? Francamente, daí ja se vê que não tens capacidade!

    ResponderExcluir
  3. Gilberto vc deveria postar tbm a falta de respeito do candidato e prefeito Edivaldo que não foi a sabátina da TV Guara se p falar em.desrespeito fale.do outro tbm, eu aguardava o programa p ver e ele simplesmente não apareceu como no 1 turno

    ResponderExcluir