Rádio Voz do Maranhão

sábado, 10 de dezembro de 2016

Em entrevista à IstoÉ, Flávio Dino faz uma análise da crise, da Lava Jato, da gestão estadual e diz que será candidato à reeleição em 2018

A revista IstoÉ Dinheiro deste fim de semana traz uma longa entrevista com o governador do Maranhão Flávio Dino. Em três páginas, ele fala da crise nacional, da operação Lava Jato, de como o Maranhão tem conseguido superar essa crise e confirma que será candidato à reeleição em 2018.

Sobre a crise fiscal nos Estados, o governador diz que há uma questão estrutural do país, onde os governos são pressionados a ampliar os serviços públicos, como hospitais, por conta das desigualdades históricas, o que gera custo permanente de manutenção. Para ele, a crise econômica, que amplia a violência urbana e gera impactos na segurança pública, é outro complicador da situação, além de provocar desemprego.

O governador tece críticas à política econômica do governo que prioriza o ajuste fiscal, com uma agenda monotemática. “Não conheço nenhum país que consiga sair de um buraco desse tamanho, que é econômico, político e institucional, com um samba de uma nota só”, diz Flávio Dino.

Acrescenta que poderia haver redução de juros, fazendo com que as taxas reais (descontada a inflação) parem de crescer. “Você não pode fazer a inflação convergir para o centra da meta numa velocidade tal que fique um monte de cadáveres no meio do caminho. É preciso mais gradualismo na busca da meta”, acrescenta.

Para ele, além de levar a taxa de juros é preciso abordar a questão da justiça tributária. “Não se trata de elevar a carga tributária, mas, sim, de acabar com um sistema regressivo, que tributa mais quem tem menos recursos”, destaca.

Flávio Dino defende o uso de parte das reservas internacionais em investimento público.  Para ele, gastar 5% (quase U$ 20 bilhões) em grandes obras faria uma diferença tremenda para a economia sem prejudicar as reservas.

Sobre a Lava Jato, o governador ressalta que foi uma operação que começou corretamente e que cumpriu um papel importante para o País na elucidação de problemas graves, sobretudo na Petrobras. No entanto, o governador afirma que a operação enveredou por caminhos que levaram ao questionamento agudo de atitudes, como as prisões preventivas usadas para extrair delação premiada.

O governador afirma também que a desfiguração do pacote anticorrupção pelo Congresso foi um efeito bumerangue. “Quando um Poder vai exorbitando de um lado, a resposta vem do outro lado com outra exorbitância. Isso acaba se voltando contra a razão de ser da operação Lava Jato, que o combate à corrupção”, diz.

Para Dino, o que move a economia do Maranhão é todo o complexo do agronegócio, incluindo a agricultura familiar, e a logística, com papel fundamental do Porto do Itaqui. Ressalta que o lucro do porto foi de R$ 68 milhões, em 2015, numa mostra de eficiência da gestão pública.

Sobre Fidel Castro, Flávio disse que foi um ícone de um período de luta social, socialista, na América Latina, constituindo-se em um grande estadista. “O que não significa dizer que é santo”, ressalta.

Sobre a disputa pela presidência em 2018, Flávio Dino diz que a construção em curso passa por Lula. “Será a sua própria candidatura ou com outra candidatura, mas passa por sua liderança”.

O governador confirma que será candidato à reeleição em 2018. “Serei, se eu estiver vivo”, afirma.

Flávio Dino condenou a campanha sistemática do sistema de comunicação da família Sarney contra seu governo. Ressalta que há um combate feroz ao governo com um grupo de mídia bastante amplo, dando a entender que isso é motivado pelo corte dos repasses de dinheiro públicos para os cofres do sistema de comunicação da oligarquia.

“Nós temos uma visão que os recursos públicos não são patrimônio de poucos e eles praticaram exatamente isso, o que explica a concentração de riqueza no Maranhão e piores indicadores do País”, conclui o governador.

Confira a íntegra da entrevista

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