Rádio Voz do Maranhão

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

FNDE: Gastão provocou a ira de Sarney e Roberto Rocha ao distribuir R$ 90 milhões a 157 municípios do MA

 Com a benção de Sarney, os senadores João Alberto, Édison Lobão e Roberto Rocha se uniram para tentar derrubar Gastão Vieira do FNDE

Do Blog do Garrone

A união abençoada por Sarney dos senadores Édison Lobão (PMDB) e João Alberto (PMDB) ao senador Roberto Rocha (PSB) para derrubar Gastão Vieira da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) acabou atingindo todos os municípios maranhenses com a decisão do governo Temer em indicar nesta quarta-feira um dos auxiliares mais próximos do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), Sílvio Pinheiro, nomeado nesta quarta-feira para comandar a pasta.

Enquanto o grupo Sarney estava incomodado com a gestão republicana de Vieira, que em apenas oito meses a frente do órgão liberou R$ 90 milhões para 157 municípios maranhenses, independente das alianças partidárias, Rocha mirava o FNDE como peça fundamental para seduzir o apoio dos prefeitos ao seu projeto de derrotar o governador Flávio Dino em 2018.

Sem nomes fortes para disputar o governo do Maranhão, os sarneysistas toparam o acordo com o senador Roberto Rocha também por representar um golpe contra o governador Flávio Dino, o principal responsável pela eleição do peesedebista ao Senado em 2014.


Sarney armou para trair o seu aliado Gastão Vieira e acabou sendo traído por Michel Temer
Diante da possibilidade em atingir o governador com a traição de quem seria um aliado no Senado, Sarney resolveu fingir-se de morto com a fritura anunciada desde o mês de novembro de Vieira, por ele indicado em abril de 2016 para comandar o FNDE.

Sarney e sua turma no Congresso Nacional chegaram mesmo a anunciar um acordo com o presidente Michel Temer para trocar Gastão Vieira por um outro maranhense, por eles indicado, o que acabou não acontecendo.

Mas o tiro saiu pela culatra. Gastão Vieira só soube da demissão na terça-feira à noite, através de um telefonema, minutos antes da nomeação de Sílvio Pinheiro ser encaminhada para o Diário Oficial da União para publicação na edição desta quarta fazendo com que Sarney e Roberto Rocha provassem o gostinho da traição logo nas primeiras horas da manhã.

A estratégia foi para evitar que Sarney não mobilizasse seus tentáculos no submundo da política em Brasília e melasse o acordo com o DEM e o PSDB, partido que o novo titular da pasta é filiado.

O FNDE é considerado a joia da coroa do governo federal, com um orçamento de R$ 67 bilhões no próximo ano para executar as políticas educacionais do MEC, que inclui repasses de recursos a estados e municípios, da política do Fies, entre outras transferências.


O grupo Sarney também estava incomodado com o destaque que Gastão Vieira vinha conquistando pelo trabalho que desenvolvia na pasta, onde de abril e dezembro diminuiu em 60 mil das 200 mil prestações de contas em atraso, e implantou medidas de transparência, tais como a publicação de dados sobre obras. 

Nessa refrega, mesmo derrotado, Gastão Vieira sai maior do FNDE e reduz a meros bajuladores, sem nenhum valor para Michel Temer, os senadores Roberto Rocha, Lobão e João Alberto.

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