Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

'Tinha era que matar mais', diz secretário de Temer sobre massacre

Bruno Júlio, do PMDB e titular da Secretaria de Juventude, disse que deveria haver ‘uma chacina por semana’
Bruno Julio e Michel Temer
POR AMANDA ALMEIDA E ILIMAR FRANCO
O Globo

BRASÍLIA — O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB) disse ao GLOBO, ao comentar o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que deveria haver “uma chacina por semana”. Justificou a posição por ser filho de policial e ironizou os detentos, chamando-os de “santinhos”.

— Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana — disse Bruno, que é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB-MG).

A entrevista de Bruno Júlio foi publicada no blog de Ilimar Franco, no site do GLOBO.

Bruno foi nomeado secretário da Juventude pelo presidente Michel Temer em junho. A pasta é subordinada à Secretaria de Governo da Presidência da República.

— Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas (12 pessoas foram mortas pelo ex-marido de uma delas, no réveillon). Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: coitadinhos, oh, meu Deus, não fizeram nada! Para, gente! Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar…

Bruno disse que “infelizmente” a secretaria pouco pode colaborar sobre as chacinas.

O GLOBO procurou o Palácio do Planalto, mas não obteve retorno. Após a repercussão de sua declaração sobre o massacre, Bruno alegou que estava “brincando”.

Há poucos instantes, Bruno Júlio postou uma espécie de nota de esclarecimento em sua página no facebook. Confira:

Nota de esclarecimento
Hoje, terminada a entrevista com a jornalista Amanda Almeida, e falando como cidadão, em caráter pessoal, quando fui questionado sobre a nova chacina em Roraima, eu disse o seguinte:
1. Está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho.
2. Sou filho de policial e entendo o dilema diário de todas as família, quando meu pai saía de casa vivíamos a incerteza de saber se ele iria voltar, em razão do crescimento da violência.
3. O que eu quis dizer foi que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar a disposição da população plenamente.
Bruno Julio

Nenhum comentário:

Postar um comentário