Rádio Voz do Maranhão

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Agiotagem na Câmara de São Luís: o que aconteceu com o cheque de mais de R$ 1 milhão, assinado por Pereirinha?

Astro de Ogum e Pereirinha: acusados de comandar
esquema de agiotagem na Câmara
O cheque de uma conta da Câmara Municipal de São Luís, no Bradesco, no valor de R$ 1.163.500,00, transformou-se em símbolo de um grande esquema de agiotagem montado no Legislativo. 

Datado de 28 de novembro de 2013, e assinado pelo então presidente, vereador Isaías Pereirinha, o cheque estava em poder de um conhecido agiota do Maranhão. Ele já chegou a ser preso em operações de combate à agiotagem com várias prefeituras maranhenses. Mas, por força do dinheiro e amizades, continua em liberdade e operando livremente.

O citado cheque consta do inquérito policial 007/2014, da Superintendência de Investigações Criminais (Seic), sendo um dos comprovantes desse grande esquema de corrupção montado na Câmara de São Luís, envolvendo o Banco Bradesco. Pelas investigações, teriam sido desviados algo em torno de R$ 30 milhões. O ex-presidente Antônio Isaías Pereira Filho (o Isaías Pereirinha) e ao atual presidente Generval Martimiano Moreira Leite (o Astro de Ogum) foram indiciados e são acusados de pertencerem a uma organização criminosa.

O processo nº 11565-17.204.8.10.001 está sob a responsabilidade do juiz Fernando Luiz Mendes, da 7ª Vara Criminal, no Tribunal de Justiça do Maranhão. Os envolvidos já foram notificados e apresentaram suas defesas, mas não teve mais andamento. Por isso, devido a essa morosidade da justiça, a Superintendência de Investigações Criminais (Seic) estaria retomando os trabalhos de investigação em torno desse esquema de agiotagem. O objetivo é investigar outros supostos envolvidos. Fala-se na possibilidade de uma dezena de vereadores envolvidos, além de outros servidores.

Na semana passada, o blog foi informado que, depois de ser arrochado pelo agiota, o ex-presidente da Câmara teria resolvido entregar um sítio de sua propriedade, no município de Paço do Lumiar, avaliado em aproximadamente R$ 600 mil. O restante teria sido  dividido em parcelas mensais, sendo que o pagamento ainda estaria sendo efetivado.

O conhecido agiota seria proprietário de uma dezena de postos de combustíveis e de vários imóveis em São Luís. Muitos desses bens teriam sido recebidos como pagamento de dívidas.

Ao ser procurado pelo informante do blog, o agiota teria negado a negociação da dívida e dissera que estaria tentando receber o dinheiro devido pelo ex-presidente Pereirinha.

O esquema
De acordo com o inquérito da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), o esquema funcionava através da ex-gerente do Bradesco, Raimunda Pereira Célia Moraes da Silva Abreu. Ela captava dinheiro com clientes do Banco, prometia rentabilidade entre 7% e 20% e emprestava esses valores a terceiros. Posteriormente colhia os lucros e repassava a esses clientes, sendo que, de alguns, ela se apropriava dos valores que lhes eram entregues para investimentos no banco ou até mesmo subtraía das contas sem o consentimento dos titulares, o que configura nos crimes de apropriação indébita e furto.

Toda essa operação tinha o objetivo de manter a operacionalização da “agiotagem”. A polícia aponta ainda que Astro de Ogum e Pereirinha foram os maiores beneficiados pelo esquema criminoso.

O blog está de olho permanentemente nesse esquema de agiotagem na Câmara. Espera-se que os envolvidos não fiquem na impunidade.


Um comentário:

  1. Tem gente ai, sendo protegida pela própria justiça meu amigo.

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