Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Guerra contra a privatização do saneamento no Rio: servidores em greve entram em confronto com a polícia em frente à Assembleia

LUCAS VETTORAZZO
NICOLA PAMPLONA
Folha de São Paulo

Manifestantes contrários à privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) entraram em confronto com a polícia na tarde desta quinta (9) em frente à Assembleia Legislativa (Alerj).

Dentro do edifício, deputados de oposição manobram para atrasar o início das discussões do projeto de lei sobre o tema, que estava agendado para às 15h, mas foi adiado para sessão extraordinário às 19h.

O confronto começou por volta das 15h30, primeiro com o estouro de fogos de artifício e depois com muitas bombas de gás de pimenta.

Até o momento, servidores se revezavam em discursos contra o governo Pezão.

O prédio da Alerj está cercado por grades e protegida por forte aparato policial desde o final de 2015, quando começaram a ser debatidas medidas para enfrentar a crise financeira do estado.

Dentro da Alerj, parlamentares e assessores tiveram que recorrer a máscaras diante do forte cheiro de gás de pimenta.

A oposição chegou a pedir a suspensão dos trabalhos, mas não foi atendida pelo presidente da Casa, Jorge Picciano (PMDB).

A base do governo na Alerj tenta concluir nesta tarde a avaliação de 27 vetos do governador Luiz Fernando Pezão a projetos aprovados na Casa.


A oposição tem alongado seus discursos no intuito de retardar o fim das avaliações, que estão trancando a pauta de votações e impedem o debate sobre a Cedae.

"A privatização da Cedae tem como único objetivo salvar o governo Pezão. Não é para salvar o Rio", acusou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), alegando que trata-se de uma empresa lucrativa.

"É necessário que se encontre uma solução para o pagamento de salários e a retomada de serviços", defendeu o deputado Rafael Picciani (PMDB).

O projeto de lei permite ao governo usar as ações da Cedae como garantia para tomar novos empréstimos, no valor de R$ 3,5 bilhões.

A venda da empresa é também uma condição para que o Rio esteja apto a negociar com a União um acordo de recuperação fiscal. 

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