LUCAS
VETTORAZZO
NICOLA
PAMPLONA
Folha
de São Paulo
Manifestantes contrários à privatização
da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) entraram em confronto com a polícia na tarde
desta quinta (9) em frente à Assembleia Legislativa (Alerj).
Dentro do edifício, deputados de
oposição manobram para atrasar o início das discussões do projeto de lei sobre
o tema, que estava agendado para às 15h, mas foi adiado para sessão
extraordinário às 19h.
O confronto começou por volta das 15h30,
primeiro com o estouro de fogos de artifício e depois com muitas bombas de gás
de pimenta.
O prédio da Alerj está cercado por
grades e protegida por forte aparato policial desde o final de 2015, quando
começaram a ser debatidas medidas para enfrentar a crise financeira do estado.
Dentro da Alerj, parlamentares e
assessores tiveram que recorrer a máscaras diante do forte cheiro de gás de pimenta.
A oposição chegou a pedir a suspensão
dos trabalhos, mas não foi atendida pelo presidente da Casa, Jorge Picciano
(PMDB).
A base do governo na Alerj tenta
concluir nesta tarde a avaliação de 27 vetos do governador Luiz Fernando Pezão
a projetos aprovados na Casa.
A oposição tem alongado seus discursos
no intuito de retardar o fim das avaliações, que estão trancando a pauta de
votações e impedem o debate sobre a Cedae.
"A privatização da Cedae tem como
único objetivo salvar o governo Pezão. Não é para salvar o Rio", acusou o
deputado Marcelo Freixo (PSOL), alegando que trata-se de uma empresa lucrativa.
"É necessário que se encontre uma
solução para o pagamento de salários e a retomada de serviços", defendeu o
deputado Rafael Picciani (PMDB).
O projeto de lei permite ao governo usar
as ações da Cedae como garantia para tomar novos empréstimos, no valor de R$
3,5 bilhões.
A venda da empresa é também uma condição
para que o Rio esteja apto a negociar com a União um acordo de recuperação
fiscal.
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