Com a negociação, a cervejaria se
tornará a segunda maior do País
REUTERS
O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A Heineken anunciou nesta
segunda-feira, 13, que assinou acordo com a japonesa Kirin para compra da
Brasil Kirin, em uma transação que a tornará a segunda maior fabricante de
cervejas do país.
Incluindo dívidas, a Heineken informou
que pagará 1,09 bilhão de dólares pela Brasil Kirin, a fim de aumentar sua
presença no mercado brasileiro, fortalecer seu portfólio de marcas e ganhar
escala.
Após a conclusão do negócio, a companhia
holandesa passará a ter uma participação de mercado de quase 19 por cento. No
caso da Kirin, o acordo marca a sua saída do Brasil. O grupo japonês pagou
cerca de 3,9 bilhões de dólares em 2011 por 12 cervejarias, mas o negócio
depois perdeu fatia de mercado e teve os custos elevados pela fraqueza da moeda
local.
A Kirin disse que os riscos brasileiros
e o competitivo e estagnado segmento de cervejas e refrigerantes no país eram
"limitações" para tornar a Brasil Kirin rentável. De acordo com a
empresa, a unidade brasileira teve prejuízo operacional de 284 milhões de reais
em 2016.
A economia brasileira parece propensa a
entrar no terceiro ano de recessão em 2017, mas a Heineken considera o mercado
de cervejas atrativo no longo prazo, com o segmento premium crescendo mais
rápido.
A empresa holandesa já tem cinco
cervejarias no Brasil, depois de comprar em 2010 os negócios de cerveja da
mexicana FEMSA.
Alguns analistas também avaliaram o
acordo como importante, uma vez que torna a Heineken uma forte rival da líder
global AB InBev.
A aquisição, que ainda precisa ser
aprovada por órgãos reguladores, deve ser concluída na primeira metade do ano.
Separadamente, a Kirin disse que
assumirá fatia de 51 por cento em uma empresa de cervejas de Mianmar. O grupo
japonês ainda encerrou as negociações com a Coca-Cola, embora as duas empresas
continuem discutindo uma potencial parceria operacional.
(Por Taiga Uranaka, Chang-Ran Kim e
Philip Blenkinsop)
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