No total, 29 mandados de prisões
temporárias foram expedidos pela Justiça Federal. Segundo a PF, os alvos
participaram do esquema de liberação de bolsas para pessoas sem regular vínculo
de professor, servidor ou aluno da UFPR.
Fabio Serapião e Fausto Macedo
A Polícia Federal já prendeu 27 pessoas
suspeitas de irregularidades em pagamentos a título de Auxílio a Pesquisadores,
Bolsas de Estudo no País e Bolsas de Estudos no Exterior da Universidade
Federal do Paraná. No total, 29 mandados de prisões temporárias foram expedidos
pela Justiça Federal do Paraná. Segundo a PF, os alvos participaram do esquema
de liberação de bolsas para pessoas sem regular vínculo de professor, servidor
ou aluno da UFPR. O esquema é investigado pela operação Research.
Em nota, a reitoria da UFPR afirmou que
as suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de
investigações internas desde dezembro de 2016 e que a própria universidade já
havia procurado a PF. “A Universidade Federal do Paraná tomou todas as providências
cabíveis para esclarecer os fatos e responsabilizar os eventuais envolvidos.
Com o resultado da investigação, a UFPR solicitará a restituição dos valores ao
erário.”, diz a nota.
O reitor Ricardo Marcelo Fonseca, diz a
UFPR, também determinou a criação do Comitê de Governança de Bolsas e Auxílios
cujo objetivo é aperfeiçoar os mecanismos de controle sobre esse tipo de
pagamento. “Também será criada, por meio de portaria, uma comissão para
trabalhar no Plano de Transparência e de Dados Abertos da Universidade,
instrumento para garantir que a sociedade tenha acesso a todas as informações
de caráter público”, completa o informe.
Em parceria com o Tribunal de Contas da
União e Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, a Polícia Federal
deflagrou nesta quarta-feira, 15, a Operação Research com o objetivo de apurar
a prática de desvio de recursos públicos destinados à UFPR. O nome da operação
é uma referência ao objetivo central das bolsas concedidas pela unidade,
destinada a estudos e pesquisas pelos contemplados.
O alvo da investigação, segundo a PF,
são repasses, entre 2013 e 2016, irregulares de recursos mediante pagamentos
sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem
vínculos com a instituição.
Para cumprir os mandados expedidos pela
Justiça Federal do Paraná, cerca de 180 policiais federais, 6 servidores da
Controladoria Geral da União e 4 dos quadros do Tribunal de Contas da União
estão nas ruas. São cumpridos 29 mandados
de prisão temporária, 8 conduções coercitivas e 36 mandados de busca e
apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
Leia
a íntegra da nota da UFPR
1.As suspeitas de irregularidades no
pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na UFPR
desde dezembro de 2016, quando a própria universidade também tomou a iniciativa
de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal.
2. Assim que tomou conhecimento da
suspeita de desvios de verba pública, em dezembro de 2016, a administração
anterior da Reitoria determinou a abertura de sindicância para apurar
responsabilidades. O procedimento é conduzido por uma comissão formada por dois
professores e uma servidora técnico-administrativa e, por força de lei, corre
em sigilo. O prazo para conclusão do trabalho é de 60 dias, prorrogáveis por
mais 60. A previsão de término dos trabalhos é meados de abril de 2017.
3. Por determinação do atual reitor,
Ricardo Marcelo Fonseca, as duas servidoras suspeitas de envolvimento no caso
foram suspensas do exercício de suas atividades funcionais, nos termos da Lei
8112/90.
4. O reitor Ricardo Marcelo Fonseca
também determinou a criação do Comitê de Governança de Bolsas e Auxílios,
visando aperfeiçoar os mecanismos de controle sobre esse tipo de pagamento.
Também está criada, por meio de portaria, uma comissão para trabalhar no Plano
de Transparência e de Dados Abertos da Universidade, instrumento para garantir
que a sociedade tenha acesso a todas as informações de caráter público.
5.A Universidade Federal do Paraná tomou
todas as providências cabíveis para esclarecer os fatos e responsabilizar os
eventuais envolvidos. Com o resultado da investigação, a UFPR solicitará a
restituição dos valores ao erário.
6. A gestão do reitor Ricardo Marcelo
Fonseca reafirma seu compromisso com a transparência e a ética. Reforça ainda
que condena veementemente qualquer prática ilícita e que continuará colaborando
com as investigações, tanto no âmbito do Tribunal de Contas da União quanto da
Polícia Federal.
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