A ex-governadora Roseana Sarney e o pai,
o ex-senador Sarney, perambulam pelos corredores dos poderes, em Brasília, em
busca de apoio para escapar das garras da Justiça. A movimentação ocorre
exatamente na semana em que o mundo político vive apreensivo por conta do envio
das ‘delações do fim do mundo’ ao STF, com pedido de abertura de inquérito
contra os beneficiários de propinas pagas pela Odebrecht.
Roseana, com apoio do pai, aproxima-se
de Michel Temer sonhando com apoio para tentar voltar a governar o Maranhão, mesmo
sabendo que o governo dele não tem garantias de que sobreviva até 2018. Além de
o próprio presidente ter sido citado em delações, ministros e políticos da base
de sustentação estão no ‘lista do Janot’. Outra preocupação do governo é com o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE.
A ex-governadora tem outra barreira na
sua pretensa caminhada rumo ao Palácio dos Leões: vai ter que enfrentar ações já
Justiça por acusações de crimes de improbidade administrativa, o que pode
levá-la à prisão e deixá-la inelegível.
Roseana é ré por um rombo de 1 bilhão
nos cofres estaduais por conta de um esquema de fraudes em concessões de
isenções fiscais que ocorreu na sua gestão, segundo denúncia do Ministério
Público do Maranhão. Ela pode ser condenada a pelo menos 6 anos de prisão. A
denúncia foi feita pelo promotor Paulo Roberto Barbosa Ramos no último dia 21
de outubro. Entre os réus também estão dois ex-secretários da Fazenda e dois
ex-procuradores gerais do Estado.
A ex-governadora também figura, segundo
o Ministério Público do Maranhão, como suposta líder de uma organização
criminosa que teria desviado aproximadamente mais de R$ 400 milhões da
Secretaria de Estado da Saúde. Ela foi beneficiária de doações eleitores por
empreiteiras responsáveis pela construção de hospitais do programa ‘Saúde é
Vida’. No entanto, mesmo com provas irrefutáveis, ela foi
absolvida pelo juiz Clésio Coelho Cunha, respondendo interinamente pela 7ª Vara
Criminal. O MP ainda estuda recorrer da decisão do magistrado, pois não tem
dúvidas da participação de Roseana no esquema criminoso.
Já o pai, Sarney, é citado 49 vezes na
delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O delator diz ter
direcionado propina de R$ 18,5 milhões a Sarney nos anos em que chefiou a
estatal (2003-2014). Segundo Machado, Sarney recebeu R$ 16 milhões em dinheiro
vivo proveniente da Transpetro. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava
Jato no STF, determinou abertura de inquérito para investigá-lo. Ao pedir
autorização do STF para a instauração de inquérito destinado a apurar o crime
de embaraço à Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot se referiu ao grupo formado por Sarney como ‘quadrilha’ e ‘organização
criminosa’.
Por enquanto, Roseana não fala nada
sobre eleições. Mesmo com o incentivo de aliados em fazê-la candidata no
próximo ano para enfrentar Flávio Dino, a filha de Sarney ainda não se
posicionou sobre o assunto e, segundo observadores, trabalha neste momento
somente na tarefa de livrar-se dos processos que enfrenta na Justiça que, ora
ou outra, pode levá-la à prisão.
A repórter de política da GloboNews e do
portal G1, Andréia Sadi, noticiou nesta quinta-feira (16) que Roseana Sarney junto
com o pai, ex-senador José Sarney, estiveram nesta semana em quase todos os
eventos do presidente Michel Temer. A dupla marcou presença em diversos
convescotes com Temer e companhia. “Articulações, almoços e jantares em busca
de saídas e sobrevivência política”, escreveu a jornalista.
Com
informações do blog do John Cutrim
Se a justiça não botar Roseana na cadeia,Roseana bota a justiça na cadeia.
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