O Ministério Público do Rio Grande do Norte divulgou, na tarde deste
sábado (25), trechos da carta redigida pelo servidor Guilherme Wanderley Lopes
da Silva, que atirou contra membros do órgão no final da manhã de ontem (24),
na Procuradoria-Geral de Justiça, em Natal. No texto, ele aponta as supostas
motivações para o crime, faz acusações e afirma que planejava o atentado contra
a cúpula do MPRN há, pelo menos, quatro anos.
No entanto, os trechos da carta não foram divulgados em sua totalidade.
A assessoria de comunicação do MPRN afirmou que recebeu o material através de
promotores que tiveram acesso aos documentos e autorizaram a divulgação, mas
que ainda aguarda o envio de outros trechos.
Guilherme Wanderley afirma, no texto, que durante a campanha para a
presidência do MPRN em 2013, o Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis,
privilegiou promotores e procuradores com reajustes salariais e benefícios, os
quais se “venderam” para viabilizar a eleição do PGJ, em detrimento da classe
de servidores e assessores judiciários.
“Na verdade, desde abril de 2013, foi o epicentro, pois, nesse ano, foi
engendrado meu plano infalível para destronar esse déspota (Rinaldo) mais ou
menos esclarecido e alguns de seus capangas, pois, naquela data houve o debate
da campanha ministerial e, lá, quando ele falou que os assessores seriam
exonerados, o sangue ferveu e eu tive a certeza das minhas intenções”, disse
Guilherme na carta.
Jovino Pereira, Wendell Beetoven e Rinaldo Reis estavam na mira de Guilherme Wanderley |
Recorrendo a citações bíblicas, providências divinas e o combate ao que
chama de “mal político” para justificar suas intenções, o servidor acredita que
é necessário “eliminar” os responsáveis pelo suposto descumprimento de leis e
princípios, atribuindo tais desvios ao Procurador-Geral Rinaldo Reis, ao
Procurador-Adjunto Jovino Pereira e ao Promotor Wendell Beetoven.
“Por que matar Rinaldo, Jovino e Wendell? Ora, o motivo é intuitivo:
legítima defesa sui generis própria e alheia. Alguém precisava fazer algo
efetivo e dar uma resposta a esse genuíno crime organizado. Resposta do tipo: para
algumas ações, haverá sim reação!”, destaca.
Wanderley também recorreu a termos como “impeachment qualificado” e ‘pedido
de exoneração sui generis” para a execução do atentado, afirmando que concedeu
uma “licença extremamente precária” para que os atuais membros gerissem o MPRN.
“O segundo mandato não poderia terminar. Já foi tempo demais na companhia
desses tiranos. No meu Ministério Público, local do meu labor, não mais!”, diz
o servidor, que resolveu se entregar à polícia neste sábado (25).
Confira os trechos divulgados pelo MPRN
Com informações do Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário