Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 17 de março de 2017

Grampos da PF pegam executivo insistindo para que funcionário use carne podre em alimentos

Interceptações telefônicas flagraram empresário dando ordens para uso de alimento estragado que chegava às redes de supermercados
Luiz Vassallo, Julia Affonso e Mateus Coutinho
O Estado de São Paulo

O delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo, que comanda a Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira, 17, afirmou que executivos de frigoríficos foram flagrados em interceptações telefônicas mandando funcionários usarem ‘carne podre’ na produção de alimentos que seriam vendidos posteriormente em redes de supermercados.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os empresários de grandes frigoríficos pagavam propinas a auditores e agentes públicos do Ministério da Agricultura para vender carnes de forma irregular.

As empresas teriam usado até produtos químicos acima do volume permitido para mascarar alimentos estragados.

Um grampo da PF flagrou funcionário de um frigorífico questionando o empresário sobre a utilização de carne podre. Como reposta, o executivo afirmava que ‘pode’ e insistia que ‘é para usar’.

“Até com o funcionário da empresa que recebia ordens, preocupado com a alimentação das pessoas, o proprietário do frigorífico tinha descaso absoluto com a situação”, afirmou o delegado.

Moscardi ainda relatou irregularidades em merenda fornecida a escolas públicas. “Não tinha carne na substância. Eles trocavam por soja. O nome da empresa é Souza Ramos. Eles ganharam a licitação e na licitação eles não forneciam o que era acordado”, disse.

A PF informou ainda ter feito inspeções e constatado que havia carne vencida ou adulterada em supermercados, vendidas pelos frigoríficos investigados às redes do varejo.

As investigações dão conta ainda de que sete contêineres encaminhados à Europa tinham a substância da salmonela. “Três estão no mar, a caminho da Itália e da Espanha”, afirmou o delegado da PF.

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