A Polícia Federal deflagrou nesta quarta
(8), a segunda fase da operação Greenfield. Estão sendo cumpridas cinco medidas
judiciais no estado de São Paulo e mais duas no Mato Grosso do Sul.
Há apenas um mandado de prisão
temporária. Entre os alvos, estão os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do
grupo J&F.
Todas as ações foram determinadas pelo juiz
Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
A nota da PF diz que os alvos são
investigados por fazerem parte de um esquema de cooptação de testemunhas que
poderiam auxiliar as investigações ocultando provas úteis ao esclarecimento dos
crimes apurados pela Greenfield.
Há a suspeita de que um contrato de R$
190 milhões entre os dois principais sócios de um dos maiores grupos
empresariais investigados pela Greenfield tenha sido empregado para mascarar o
suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações de
interesse da investigação.
A suspeita foi trazida por uma
testemunha "é que o contrato de fornecimento de massa florestal de
eucalipto para produção de celulose seja apenas uma forma de recompensar o
silêncio de um ex-sócio que poderia auxiliar a investigação", diz a PF.
A primeira fase da Greenfield foi
deflagrada em setembro de 2016 e focou crimes de gestão temerária e fraudulenta
em desfavor de quatro dos maiores fundos de pensão do país: Funcef, Petros,
Previ e Postalis.
Na época, além de mandados, a Justiça
Federal determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e recursos em
contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas, somando aproximadamente R$
8 bilhões.
FLORESTAL
O FIP Florestal, que reúne os fundos de
pensão Petros e Funcef, é um dos acionistas da Eldorado Celulose, empresa do
grupo J&F que é investigada no caso devido à valorização de 184% que
registrou.
Alvo da PF e Ministério Público na
Greenfield e em mais duas operações, a Sépsis e Cui Bono, a Eldorado fechou no
final de 2016 um contrato de fornecimento de madeira com a sua concorrente
Eucalipto Brasil, que teria novamente prejudicado os fundos.
Segundo o MPF, o contrato foi uma
manobra para "comprar o silêncio" de Mario Celso Lopes, que saberia
de "ilícitos ocorridos na criação da empresa Florestal". É contra ele
o mandado de prisão temporária expedido nesta quarta.
Lopes ajudou a fundar a Eldorado junto
com Joesley Batista. Em 2012, ele aceitou vender sua participação para a
J&F e assinou um termo de não concorrência por dez anos. Na sequência,
Lopes montou a Eucalipto Brasil e o caso foi parar na Justiça. Terminou em
novembro de 2015 com um acordo entre as partes.
Um ano depois, a Eldorado fechou um
contrato de R$ 190 milhões com a Eucalipto Brasil que, ainda segundo o MPF,
favorecia a empresa de Lopes e não passou pelo conselho de administração da
Eldorado, que tem representantes dos fundos de pensão.
O MPF diz que as novas denúncias foram
apresentadas por Max Pantoja da Costa, conselheiro da Funcef.
A compra de ações da Eldorado pelos
fundos de pensão está sendo investigada pela Secretaria de Previdência
Complementar (Previc). O órgão abriu novos processos em janeiro deste ano.
Segundo a PF, o negócio teria sido feito
muito acima do valor de mercado, causando prejuízo aos fundos.
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