Estratégia do partido é reverter
predomínio da narrativa da oposição nas redes sociais; para líder do PT na
Câmara, "campanha é terrorista"
Pedro Venceslau, Valmar Huspel Filho e
Ricardo Galhardo ,
O Estado de S. Paulo
São Paulo - O PMDB lançou nesta
sexta-feira, 3, nas redes sociais uma campanha em defesa da reforma da
Previdência na qual relaciona um eventual fracasso da iniciativa ao fim de
programas sociais federais. “Se a reforma da Previdência não sair, tchau Bolsa
Família, adeus Fies, sem novas estradas, acabam programas sociais”, diz um post
divulgado na rede digital do partido.
O material foi produzido pela agência
Benjamim Digital, do marqueteiro Lula Guimarães. Depois de comandar a
comunicação da campanha do tucano João Doria em São Paulo no ano passado, ele
foi contratado pelo PMDB.
A iniciativa foi tomada após o Palácio
do Planalto detectar forte resistência à reforma no Congresso Nacional. Estudos
de inteligência de rede e monitoramento de internet feitos pela legenda
detectaram um predomínio da narrativa da oposição no debate virtual.
O pedido do PMDB aos especialistas foi
adotar um tom “mais pesado” para colocar o outro lado da moeda “em evidência”.
Líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia
Rossi (PMDB-SP) disse que não tinha conhecimento da campanha. "Precisamos
garantir a perpetuidade do sistema da Previdência. O nosso déficit é de 150
bilhões de reais e só aumenta. O compromisso do PMDB é sempre ajudar o governo
a acabar com a crise e promover a retomada dos postos de trabalho. Não tive
conhecimento dessa postagem mas essa é nossa posição frente as reformas",
disse.
O PT reagiu à estratégia divulgando o
material e acusando os adversários de desespero. “É uma campanha terrorista.
Eles aprovaram aquela PEC 55 (do Teto) e agora estão desesperados porque
precisam aprovar a reforma da Previdência, que é um verdadeiro atentado contra
os mais pobres”, diz Carlos Zaratini (SP), líder do PT na Câmara. “Com isso,
querem fazer os pobres optarem entre aposentadoria ou programas sociais. Uma
picaretagem”, conclui o petista.
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