A ministra aposentada
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-corregedora nacional de Justiça
Eliana Calmon disse, em entrevista à Folha de S.Paulo deste domingo (16), que a
Operação Lava Jato "tomou uma posição política" e que atingirá,
"numa fase posterior", nomes do Poder Judiciário.
"A Lava Jato tomou
uma posição política. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder
econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo
que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita
coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo.
Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar
para depois", avaliou a ex-ministra.
Calmon defendeu que o
Judiciário também seja escrutinado pela operação e criticou a ideia de que não
se deve punir o Poder, como ocorre com os outros dois. Segundo ela, essa
cultura já existia no tempo em que ela foi corregedora e "as coisas não
melhoraram".
"Há aquela ideia
de que não se deve punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual
corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em
blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes, para
que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do que caminharam
os demais corregedores", afirmou.
Não é a primeira vez
que Eliana Calmon afirma que a Lava Jato chegará ao Poder Judiciário. No dia 21
de fevereiro, em entrevista ao jornal El País, a ex-ministra disse: “A Operação
Lava Jato precisa chegar ao poder Judiciário”. Para a jurista, escândalo de
corrupção que já respingou no Executivo e no Legislativo precisa alcançar todos
os poderes.
Com informações do Jornal do Brasil
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