Os 70% de
participação da Odebrecht na Ambiental foram adquiridos pela Brookfield
Business Partners LP, em conjunto com outros parceiros institucionais. O fundo
de investimento FI-FGTS detém os 30% restantes do capital da empresa.
A Odebrecht Ambiental foi vendida para a empresa canadense Brookfield
Business Partners LP por R$ 2,5 bilhões. A negociação foi concretizada nesta
terça-feira (25), conforme comunicado publicado no site do grupo Odebrecht.
A Odebrecht Ambiental pagou pelo menos R$ 24,5 milhões por meio de
propina e caixa dois para políticos de 12 estados do país com o propósito de
conseguir contratos na área de saneamento básico. A empresa chegou a financiar
campanhas de candidatos rivais e a distribuir pagamentos em cidades com menos
de 20 mil habitantes na tentativa de fechar acordos para a Odebrecht Ambiental.
O diretor presidente da Odebrecht, Newton de Souza, afirma que a empresa
não se envolverá em casos de corrupção e que vai mudar sua forma de se
relacionar com o poder público. “Já temos instrumentos para dar tratamento
adequado e resposta rápida a qualquer insinuação ou ameaça de corrupção ou
desvio de conduta. Nossa relação com o poder público não será mais a mesma.
Estamos virando esta página”, diz o diretor no comunicado
Confira a íntegra do anúncio sobre a venda da Odebrecht Ambiental.
Odebrecht recebe reforço de R$ 2,5 bi para reestruturar negócios e
superar crise
A Odebrecht S.A., holding do Grupo Odebrecht, acaba de assinar acordos
que darão tranquilidade para a execução do plano de reestruturação empresarial
do grupo e a retomada progressiva de todos os seus negócios. Como resultado dos
acordos, o grupo receberá reforço de aproximadamente R$ 2,5 bilhões,
suficientes para atender às necessidades de caixa por aproximadamente dois
anos.
“Os contratos agora assinados nos ajudam a olhar para o futuro” – disse o
Diretor Presidente do grupo Odebrecht, Newton de Souza. “Não vamos esquecer o
passado. Estamos pagando caro por nossos erros. Mas estes acordos nos permitem
investir na liquidez e na retomada dos negócios de construção e infraestrutura,
sempre com ética, integridade e transparência, e dentro de um novo modelo
empresarial que conjuga duas características: qualidade de governança igual à
das empresas de capital aberto e Sistema de Conformidade tão ágil e rigoroso
quanto o das maiores, mais eficientes e mais respeitadas empresas do mundo”,
acrescentou Newton.
Um dos acordos assinados pela Odebrecht é o da conclusão da venda da
Odebrecht Ambiental. Esta empresa foi fundada pela Odebrecht em 2008 e se
transformou na maior companhia privada de saneamento do Brasil, atendendo a
mais de 17 milhões de pessoas em 12 estados com serviços de fornecimento de água
e tratamento de esgoto. Os 70% de participação da Odebrecht na Ambiental foram
adquiridos pela Brookfield Business Partners LP, em conjunto com outros
parceiros institucionais. O fundo de investimento FI-FGTS detém os 30%
restantes do capital da empresa.
A Odebrecht fechou também acordo com um grupo composto pelos maiores
bancos brasileiros, parceiros de longa data da companhia. Esse acordo permite
que os recursos da venda da Ambiental não sejam utilizados para pagamento
antecipado de dívidas aos mesmos bancos. Ou seja, serão usados pela Odebrecht
para prover liquidez aos seus negócios e honrar compromissos.
Os movimentos agora anunciados pela Odebrecht fazem parte de um plano
estratégico mais amplo do grupo, desenvolvido desde o ano passado. O primeiro
foco foi em liquidez, diante do cenário de restrição de crédito iniciado com a
crise econômica e agravado com a Lava Jato. Em cada Negócio e no âmbito da
Holding, ainda está em andamento um programa de desmobilização de ativos. A
venda da Odebrecht Ambiental é parte desse programa.
Ao mesmo tempo, a Odebrecht redesenhou o seu modelo de governança.
Ampliou o número de conselheiros independentes nas empresas. Criou Comitês de
Conformidade no Conselho de Administração de cada um dos seus Negócios e no de
suas empresas subsidiárias. Há hoje em todo o grupo 9 CCOs (Chief Compliance
Officers), autônomos em relação aos gestores dos negócios, com equipe de mais
de 50 pessoas implantando uma nova política e um novo Sistema de Conformidade.
A “colaboração definitiva com a Justiça”, como foi anunciada há um ano,
levou 77 executivos e ex-executivos do grupo a fazer as revelações divulgadas
amplamente em vídeo nos últimos dias. Os relatos, feitos através de acordo com
o Ministério Público Federal, descrevem em detalhes e com provas dezenas de
casos de corrupção, passando a limpo as relações de mais de uma década da
empresa com governos, instituições públicas, políticos e partidos.
A partir daí, a Odebrecht assinou com o Ministério Público Federal do
Brasil e autoridades dos Estados Unidos e da Suíça um Acordo de Leniência que
impõe a aplicação de multa e outras sanções, e permite à empresa voltar a
participar de licitações e financiamentos públicos. Também como decorrência da
Leniência, desde março deste ano dois monitores externos independentes
acompanham o dia a dia da empresa para assegurar que ela de fato mudou de
atitude.
“Depois do impacto que sofremos, damos agora um passo que estabiliza o
grupo e cria condições para a volta do crescimento assim que a economia do país
melhorar. Já temos instrumentos para dar tratamento adequado e resposta rápida
a qualquer insinuação ou ameaça de corrupção ou desvio de conduta. Nossa
relação com o poder público não será mais a mesma. Estamos virando esta
página”, disse o Diretor Presidente da Odebrecht S.A., Newton de Souza.
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