A Polícia Federal deflagrou nesta quarta
(19) a Operação Conclave, que investiga suposta aquisição fraudulenta de ações
do Banco Panamericano pela Caixa Participações.
O inquérito apura a responsabilidade de
gestores da Caixa Econômica Federal no negócio. Ele foca também possíveis
prejuízos causados a correntistas e clientes do banco.
Estão sendo cumpridos 46 mandados de busca
e apreensão expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília —30 em São Paulo, seis
em Brasília, um em Belo Horizonte, um em Recife e dois em Londrina.
A decisão judicial determinou, ainda, o
bloqueio de valores de contas bancárias dos alvos no valor total de R$ 1,5
bilhão.
A investigação apura a atuação de agentes
públicos responsáveis pela assinatura de pareceres que basearam a compra e
venda de ações do Panamericano pela Caixa Participações, com a posterior
transação de ações do Panamericano pelo Banco BTG Pactual.
Também investiga o núcleo de consultoria,
contratadas para emitir pareceres a legitimar os negócios, e o núcleo de
empresários que, conhecedores das situações de suas empresas e da necessidade
de dar aparência de legitimidade aos negócios.
O nome da Operação se deve à forma
sigilosa com que foram tratadas as negociações para transação ocorrida entre o
Banco Panamericano e a Caixa. Ela faz alusão ao ritual que ocorre a portas
fechadas entre cardeais na Capela Sistina, no Vaticano, para escolher um novo
Papa para a Igreja Católica.
A Caixa foi contatada, mas ainda não se
manifestou. A reportagem não conseguiu falar com o BTG Pactual.
Em outubro, o Ministério Público Federal
de São Paulo pediu a condenação de oito ex-diretores e o chefe de contabilidade
do Banco Panamericano por crimes financeiros e lavagem de dinheiro, cometidos
entre 2007 e 2010.
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