Fernando
Bezerra Filho (PE) permanece no cargo mesmo após a sigla decidir romper com o
governo
Igor Gadelha, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Dirigentes e deputados do PSB
da ala que faz forte oposição ao presidente Michel Temer pedem a expulsão do
ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PE), do partido, por
permanecer no cargo mesmo após a legenda decidir oficialmente romper com o
governo.
A expulsão já foi defendida por
parlamentares e integrantes da direção nacional do PSB nos grupos de WhatsApp
do partido. "Vamos representar contra o Fernando Bezerra Filho.
#ForaFernandoBezerraFilho", escreveu Joilson do Nascimento, secretário
sindical e membro da executiva nacional do PSB.
O ministro, que é deputado licenciado, e
outros parlamentares do PSB já respondem a processo que pode levar à expulsão,
por terem votado a favor da reforma trabalhista durante na Câmara, em abril
deste ano, contrariando decisão do partido de fechar questão contra à proposta.
"Esse fato agrava a situação do
ministro no processo que ele já responde por infidelidade partidária, no âmbito
da comissão de ética do PSB. O partido repudia a presença de seus membros nesse
governo, mesmo que não tenha sido indicado pela sua direção nacional",
afirmou o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, ao Broadcast
Político.
Renúncia
e diretas
Em reunião nesse sábado, 20, o PSB
decidiu desembarcar do governo Temer após o presidente ser atingido pela
delação de executivos da JBS. O partido pede a renúncia de Temer e defende
eleições diretas para presidente, caso Temer renuncie, seja cassado ou
impitimado. Hoje, a Constituição Federal prevê eleição indireta nesses casos.
Na reunião do PSB de sábado, o partido
decidiu desembarcar do governo, mas não estabeleceu punição para quem
permanecesse. "Não determinamos a saída, apostando no bom senso, que,
infelizmente, não há. Não houve decisão de que não de que não haveria
punição", rebateu o presidente da sigla.
O rompimento com o governo Temer foi
defendido pela ala do PSB ligada ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara,
mesmo grupo do ex-governador daquele Estado Eduardo Campos. Essa grupo já
defendia independência da sigla em relação ao governo antes mesmo da divulgação
da delação da JBS.
O grupo de Fernando Filho, porém, sempre
foi contra e quer permanecer no governo. Compõem esse grupo, o pai do ministro,
o senador Fernando Bezerra (PE), e a líder do partido na Câmara, Tereza
Cristina (MS), entre outros parlamentares.
48
horas
Após a reunião da executiva do PSB desse
sábado, o ministro de Minas e Energia pediu até 48 horas para anunciar se fica
ou não no cargo. Até o momento, ainda não respondeu oficialmente à sigla. No entanto, já informou ao presidente que vai
permanecer no posto.
"Felizmente nossas regras de
disciplina são claras e foram editadas para todos, indistintamente. O
enfrentamento foi decidido por ele e está aceito", afirmou Siqueira.
Procurado pelo Broadcast Político por telefone e por mensagem, o ministro não
se pronunciou.
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