Caso vote a favor da reforma, Roberto Rocha pode provocar um novo racha no PSB ou até mesmo ser expulso da legenda por não seguir o posicionamento partidário.
Apesar de pesquisa do Instituto Datafolha revelar que 70% dos brasileiros
são contrários a Reforma Trabalhista proposta pelo governo Michel Temer (PMDB),
e a poucos dias do tema ser votado no Senado Federal, os três senadores da
bancada maranhense devem votar a favor do polêmico projeto e contra a vontade
da maioria da população.
O voto dos senadores Edison Lobão e João Alberto - ambos do PMDB e
alinhados ao atual governo - segue um tendência natural pela aprovação da
reforma. Já o senador Roberto Rocha, que também sinalizou voto a favor da
proposta, além de ir de encontro ao amplo interesse popular, deve contrariar decisão
definida pelo seu partido, o PSB, que no final de abril anunciou que sua
bancada iria votar pela reprovação da reforma.
Caso vote a favor da reforma, Roberto Rocha pode provocar um novo racha
no PSB ou até mesmo ser expulso da legenda por não seguir o posicionamento
partidário.
Com o voto de Rocha pró-reforma, o Maranhão não terá a sorte de ter ao
menos um dos seus três senadores fazendo valer a vontade da maior parte dos
trabalhadores.
Reformas impopulares X
Fidelidade a Temer
Após ter sido foi eleito em 2014, Rocha disse em entrevista a um jornal
que mostraria aos maranhenses "pra quer serve um senador".
Entretanto, o parlamentar é lembrado por ter declarado fidelidade às reformas
impopulares da gestão Temer e por usar do cargo de senador para atender
interesses pessoais.
Só com segurança privada, por exemplo, Roberto Rocha tem um gasto cem
vezes maior do que o de todo o Senado. Apenas nos quatro primeiros meses de
2017, o legislador usou R$ 45 mil da sua Cota Parlamentar com esse tipo de
serviço.
A favor do julgamento
privilegiado
Recentemente o senador do PSB tentou atrapalhar a votação da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 10/2013, que acaba com o foro privilegiado para
membros do alto escalão do poder público - que permite que as autoridades sejam
julgadas por instâncias superiores, e não pela Justiça comum.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Roberto Rocha
interpôs recurso ao projeto. Ele defendia a criação de uma vara especial para
julgar autoridades públicas. Para o relator da PEC, o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), a criação da vara especial sugerida por Rocha não
alteraria o privilégio já existente, resultando apenas na criação de “um outro
tipo de foro privilegiado”.
Após forte apelo dos senadores, Roberto Rocha finalmente decidiu retirar
o recurso, o que vai dar mais celeridade na aprovação da PEC, que está sendo
votada nesta quarta-feira (17), e deve acabar com o julgamento privilegiado de
autoridades públicas, como deputados, prefeitos, governadores, ministros e
senadores - As exceções são para o presidente da República, presidentes do
Senado e da Câmara e presidente do Supremo Tribunal Federal.
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