Procurador-Geral da República entrega ao
Supremo Tribunal Feedral acusação formal contra senador do PSDB por suposta
propina da JBS
Breno Pires e Isadora Peron, de Brasília
O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, ofereceu nesta sexta-feira, 2, denúncia contra o senador afastado Aécio
Neves (PSDB-MG) no Supremo Tribunal Federal (STF) com base na delação dos
empresários do Grupo J&F.
O tucano é acusado de corrupção passiva
pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução de
Justiça por tentar impedir os avanços da Operação Lava Jato. Janot também pediu
a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, o primo
Frederico Pacheco e o advogado Mendherson Souza Lima também foram denunciados,
mas apenas por corrupção passiva. Os três foram presos na Operação Patmos,
deflagrada em 18 de maio.
Essa é a primeira denúncia oferecida
contra Aécio, que responde a outros sete inquéritos no Supremo, cinco em
decorrência da delação de executivos da Odebrecht e outros dois sobre o esquema
de corrupção em Furnas e de intervenção durante a CPI dos Correios, em 2005.
Após o oferecimento da denúncia, o
ministro relator do caso, Marco Aurélio Mello, terá que levar o pedido para
análise na Primeira Turma do Supremo. Se os ministros aceitarem o pedido de
Janot, Aécio se tornará réu e passará a responder a uma ação penal no STF.
Suspeita
Entre as acusações que pesam sobre Aécio
no âmbito da delação dos empresários do grupos J&F, está a gravação na qual
o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em uma
conversa, o tucano aparece pedindo o dinheiro ao empresário sob a justificativa
de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, teria
feito o primeiro contato com o empresário. O tucano indicou seu primo Frederico
para receber o dinheiro. Mendherson também teria participado. O dinheiro foi
entregue pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos
sete delatores. Ao todo, foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma.
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