Polícia
Civil chama os cinco de 'criminosos organizados', pois eles negociavam mediante
pagamento de propina a liberação de pessoas que cometiam crimes.
Uma equipe inteira da Polícia Civil e
mais um advogado foram presos na manhã desta quarta-feira (28), em Açailândia,
distante 550 km de São Luís, por integrarem uma quadrilha que usava a própria
delegacia da cidade (1º DP) como local para negociatas, de acordo com o
delegado geral de Polícia Civil do Maranhão, Lawrence Melo. Pelo menos quatro
casos estão sendo investigados.
O delegado Thiago Filippini, o investigador
Glauber Santos da Costa, a escrivã Sylvia Helena Alves, o carcereiro Mauricélio
da Costa Silva e o advogado Eric Nascimento Carosi foram presos preventivamente
na própria cidade onde trabalhavam e encaminhados para São Luís no fim da manhã
por meio de um helicóptero policial do Centro Tático Aéreo (CTA).
“Uma investigação conduzida pela
Superintendência Estadual de Combate a Corrupção, vinculada à Polícia Civil,
teve início a partir de denúncias realizadas no Ministério Público em
Açailândia sob a conduta de policiais civis com a participação de um advogado
formando uma verdadeira organização criminosa, que buscava desvirtuar todas as
obrigações legais que aquela equipe deveria estar praticando”, disse o delegado
geral.
De acordo com as investigações, eles
negociavam com as pessoas conduzidas à delegacia em vez de iniciarem o
procedimento legal. A negociação tinha por objetivo a liberação dos detidos
mediante pagamento de propina que variava de acordo com o crime cometido.
“Foram reiteradas situações e algumas já
estão formalizadas com provas testemunhais e materiais. O valor exigido pela
organização criminosa dependia da gravidade do delito, mas não tem como
informar ainda um valor preciso”, declarou o delegado geral.
Em um dos casos, Lawrence Melo revelou
que o delegado preso chegou a retirar o que já havia sido inserido no sistema
da Polícia Civil, mas as alterações ficaram registradas e serviram para
comprovar as ações suspeitas do grupo.
Eles devem responder por concussão
(crime praticado por funcionário público que busca vantagens pra si e para
outros), corrupção passiva e organização criminosa.
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