O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, reforçou o pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG)
por entender que o parlamentar continua exercendo funções políticas, contrariando
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que o afastou do
cargo no dia 18 de maio.
Ao reiterar o pedido, Janot citou uma
postagem no Facebook feita por Aécio no dia 30 de maio, em que o senador
afastado aparece em uma foto acompanhado dos senadores Tasso Jereissati (CE),
Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB) e José Serra (SP), colegas de
partido. "Na pauta, votações no Congresso e a agenda política",
escreveu Aécio na legenda.
Segundo Janot, Aécio Neves faz "uso
espúrio do poder político" e isso é possibilitado pelo "aspecto
dinâmico de sua condição de congressista representado pelo próprio exercício do
mandato em suas diversas dimensões, inclusive a da influência sobre pessoas em
posição de poder".
O procurador-geral argumenta que o
senador afastado pode atrapalhar as investigações, pois tem plena liberdade de
movimentação e de acesso a pessoas e instituições, "o que lhe permite
manter encontros indevidos em lugares inadequados".
O julgamento do pedido de prisão de
Aécio pelo STF está marcado para a próxima terça-feira, 20. O pedido da
procuradoria será analisado pela primeira Turma da Corte.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves
informou que o senador afastado tem cumprido integralmente a decisão do
ministro Edson Fachin e se mantém afastado das atividades parlamentares.
"Entre as cautelares determinadas não consta o impedimento de receber
visitas e discutir como cidadão, e não como parlamentar, assuntos
diversos", diz o texto.
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