Isabela Bonfim e Julia Lindner
Uol
Mesmo com prazo estourado, o presidente
do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), alega que ainda
não tomou conhecimento do processo de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG)
porque está de licença médica. Como presidente do colegiado, cabe a João
Alberto a decisão de aceitar ou arquivar o processo.
A assessoria do senador informou, por
meio de nota, que João Alberto tirou licença médica nesta semana e que, em
razão disso, ainda não conhece o processo de pedido de cassação de Aécio.
Segundo a assessoria, o senador só receberá o processo em mãos na próxima
semana.
O pedido de cassação de Aécio Neves foi
protocolado pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL em 18 de maio, com base na
delação dos executivos da JBS. Pelo regimento do Senado, o presidente do
Conselho de Ética deveria emitir um parecer pela abertura ou arquivamento do
processo em até cinco dias úteis.
Na época, João Alberto alegou que não
poderia responder sobre o caso porque o Conselho de Ética teria de ser
reinstalado, já que o mandato dos senadores no colegiado estava vencido. O
Conselho foi reinstalado em 6 de Junho, quando João Alberto foi reconduzido à
presidência. O prazo para decidir sobre o caso Aécio venceu nesta terça-feira,
13.
Em entrevista ao jornal "O Estado
de S. Paulo", publicada em 9 de junho, João Alberto afirmou que não havia
clima entre os senadores para a cassação
de Aécio. Ele também informou que buscou outros senadores para se aconselhar sobre
o caso e que não estava certo se decidiria sobre o pedido de cassação monocraticamente
ou se levaria a questão para votação na comissão.
Defesa
A defesa do senador Aécio Neves reafirma
que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo
de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal.
O empréstimo não envolveu dinheiro
público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto,
falar em propina ou corrupção.
O senador tem convicção de que as
investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente
ocorridos.
Esse comportamento do grupo Sarney de viver doente para não se comprometer com nada já é conhecido.
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