Eunício
alega que as medidas foram tomadas em 18 de maio, mesma data de afastamento de
Aécio por decisão de Fachin
Isabela Bonfim e Thiago Faria, O
Estado de S.Paulo
O Senado comunicou o Supremo Tribunal
Federal (STF) que suspendeu o salário e a verba indenizatória de Aécio Neves
(PSDB-MG), devido ao afastamento do senador. O carro oficial também foi
recolhido. As informações foram enviadas por ofício pelo presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao ministro Marco Aurélio, relator do recurso de
afastamento de Aécio no Supremo.
Eunício alega que as medidas foram
tomadas em 18 de maio, mesma data de afastamento de Aécio Neves por decisão
liminar do ministro Edson Fachin. Nesta quarta-feira, o Senado também apagou o
nome de Aécio Neves do painel de votações do plenário e passou a identificar o
senador como "afastado por decisão judicial" no site oficial do
órgão.
É a primeira vez que o Senado torna
pública as medidas que tomou em razão do afastamento de Aécio. Até ontem, o presidente
do Senado, assim como a Mesa Diretora da Casa, não haviam sido claros sobre
quais seriam as limitações do afastamento de Aécio. Não havia qualquer
indicação de corte salarial ou benefícios.
Na segunda-feira, o Senado publicou uma
nota em que dizia que cabia ao STF esclarecer o que caracteriza o afastamento
do senador. A posição foi vista como uma forma de enfrentamento à decisão
judicial e criticada pelo ministro Marco Aurélio.
Aécio foi afastado do cargo de senador
no dia 18 de maio, após a deflagração da Operação Patmos. O pedido foi feito
pela Procuradoria-Geral da República e acatado por Fachin. Depois disso, o
processo foi redistribuído a Marco Aurélio. A PGR também pede a prisão do
senador tucano.
O tucano é acusado pelos crimes de
corrupção e obstrução de Justiça. Ele foi gravado pelo empresário Joesley
Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para barrar o
avanço da Operação Lava Jato.
A defesa do senador disse que "o
dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de
forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal".
Ainda segundo os advogados, o empréstimo não envolveu dinheiro público e "nenhuma
contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina
ou corrupção". "O senador tem convicção de que as investigações
feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente
ocorridos", finaliza a nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário