Polícia investiga esquema de compra de
votos no município de Campos dos Goytacazes, no norte Fluminense
Operação apura arrecadação ilícita para
financiamento de campanha; defesa diz que Garotinho é vítima de perseguição por
ter denunciado esquema na Alerj
Constança Rezende, O Estado de S.Paulo
RIO - A Polícia Federal (PF) de Campos
dos Goytacazes, no norte Fluminense, prendeu os ex-governadores do Estado,
Anthony Garotinho (PR) e sua esposa, Rosinha Garotinho (PR), em operação
deflagrada na manhã desta quarta-feira, 22. Os mandados de prisão preventiva
foram pedidos pelo Ministério Público Eleitoral, que apura a arrecadação de
dinheiro ilícito para o financiamento de campanha política do casal na região
de Campos, reduto eleitoral da família.
Garotinho foi preso em casa, na zona sul
do Rio, e levado para a sede da Polícia Federal, na zona portuária. Rosinha
estava em Campos e foi encaminhada à sede da PF na cidade. A operação também
cumpre outros mandados de prisão e de busca e apreensão, cujos alvos seriam
outros políticos e servidores.
A investigação é um desdobramento da
“Operação Chequinho”, que apura fraude com fins eleitorais no programa Cheque
Cidadão. Garotinho já havia sido preso duas vezes por denúncias relacionadas a
compra de votos.
A defesa de Anthony Garotinho divulgou
nota afirmando que ele é vítima de uma perseguição por ter denunciado um
esquema envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do
Rio (Alerj) e irregularidades supostamente praticadas pelo desembargador Luiz
Zveiter. Garotinho se diz inocente, assim como os demais acusados na operação
desta quarta-feira, e ainda diz que é ameaçado pelo presidente afastado da
Alerj, Jorge Picciani, que ontem voltou à cadeia de Benfica.
Leia a nota na íntegra:
Querem calar o Garotinho mais uma vez. O
ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo
da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral
na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador
Luiz Zveiter.
O ex-governador afirma que tanto isso é
verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira,
o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após
ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República.
Garotinho afirma ainda que nem ele nem
nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa
de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião
entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em
Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro
na cara de Garotinho.
Agora, a ordem de prisão do juiz
Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde
estão os presos da Lava Jato.
Cabe frisar que essa a operação à qual
Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato.
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