Polícia
Federal diz ser “necessária” a quebra dos sigilos de Temer, Padilha e Moreira
Franco para investigação sobre porto de Santos
O
presidente negou qualquer favorecimento à empresa Rodrimar por meio da edição
do Decreto dos Portos
do Último Segundo/iG
Um relatório da Polícia Federal
referente às investigações sobre corrupção no setor portuário diz ser
“necessária” a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do presidente
Michel Temer ( MDB ) e dos ministros Eliseu Padilha (MDB) e Moreira Franco
(MDB), entre outros investigados. A informação é do jornal O Globo .
O relatório não cita nominalmente o
presidente e seus ministros, mas afirma que “para uma elucidação completa” das
suspeitas a quebra dos sigilos “de pessoas físicas e jurídicas” apontadas nos
inquéritos faz-se necessária. Temer , Padilha e Franco são alguns dos
principais nomes mencionados nas investigações.
A Polícia Federal apura se o presidente
e seus aliados atuaram para favorecer empresas no porto de Santos em troca de
propinas. A suspeita é de que um decreto de 2017, que estendeu o prazo de
concessões nas áreas portuárias, teria sido a contrapartida do MDB para
empresas que fizeram doações ilegais para campanhas políticas e pagaram
propinas para nomes proeminentes do partido.
As investigações foram abertas após a PF
interceptar ligações entre Ricardo Mesquita, diretor da Rodrimar, empresa que
opera no porto de Santos, e o ex-assessor de Temer e ex-deputado federal
Rodrigo Rocha Loures (MDB) – o mesmo que, no episódio da JBS, foi flagrado com
uma mala de dinheiro supostamente destinada ao presidente da República. Na
conversa, os dois discutiam detalhes do decreto que acabou beneficiando a
Rodrimar.
Questionário
da PF
O presidente chegou a ser questionado
por escrito, no ano passado, sobre sua atuação no decreto dos portos. Meses
depois, em janeiro deste ano, a defesa do emedebista enviou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) as respostas por escrito às perguntas feitas pela Polícia Federal
no inquérito para investigar o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A.
O interrogatório foi solicitado pelos
delegados responsáveis pelo caso e autorizado pelo ministro Luis Roberto
Barroso, relator da investigação .
Nas respostas, o presidente negou
qualquer favorecimento à empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado
Decreto dos Portos. Ele também afirmou não ter recebido doações, contabilizadas
ou não, de empresas do grupo.
Michel Temer afirma não ter feito
qualquer pedido para que recebessem em seu nome valores em retribuição à edição
do decreto e critica as perguntas feitas pela PF no interrogatório.
“Nunca solicitei que os srs. Rodrigo
Rocha Loures, João Batista Lima Filho ou José Yunes recebessem recursos em meu
nome em retribuição pela edição de normas contidas no Decreto dos Portos.
Reitero a agressividade, o desrespeito e, portanto, a impertinência, por seu
caráter ofensivo, também dessa questão, tal como das anteriores”, escreveu.
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