O secretário de Estado da Segurança
Pública, Jefferson Portela, voltou a se pronunciar sobre os trabalhos de
investigação da quadrilha de contrabandistas que foi desarticulada na
quinta-feira (22). Ele disse que a organização criminosa, pelo que já foi
levantado, vinha operando desde junho de 2017 no porto clandestino, no povoado
Arraial, no Quebra Pote, onde ocorria o desembarque de mercadorias
contrabandeadas.
Pelas informações, o grupo vinha
contando como o apoio de uma unidade policial durante todo esse tempo. Além dos
três policiais militares presos, Portela não descarta a possibilidade de outros
agentes públicos estarem envolvidos com essa quadrilha, que contaria com a
possível participação de outros políticos, além de Rogério Garcia, ex-vice-prefeito de
São Mateus, que está preso.
“Se tiver político será indiciado.
Outros agentes públicos também. Qualquer um. O comando do estado do Maranhão não
escolhe criminoso para ser preso. Não importa seu nome, sua identidade, seu
patrimônio. Se ele é criminoso, será alcançado pelo sistema de segurança”,
disse o secretário.
Para Portela, a mercadoria encontrada no
sítio e em um depósito grande na Vila Esperança, em São Luís, não era destinada
a um só local. “Há uma rede envolvida no recebimento dessa mercadoria ilícita.
Vamos ver a origem e a destinação dessa mercadoria, identificar os que estão
envolvidos diretamente e os servidores públicos que estavam na cobertura dessa
organização criminosa”, acrescentou. Na sequência da investigação, possíveis
receptadores podem ser presos.
O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB), em
pronunciamento na Assembleia Legislativa, chegou a revelar que essa mercadoria
apreendida viria do Suriname. Sobre isso, o secretário disse: “quem afirma que
a mercadoria contrabandeada estaria vindo do Suriname, deveria comparecer para
falar isso à polícia”.
Sobre o que espera da delegada Nilmar da
Gama Rocha, nova titular da Superintendência e Investigações Criminais (Seic), disse
que espera que ela use toda a competência, os muitos anos de experiência que
tem, para potencializar as ações da Seic no combate ao crime. “O papel de policial é
combater o crime”, finalizou.
O inquérito policial que investiga essa
organização criminosa será concluído até a próxima sexta-feira (2). O delegado
Tiago Bardal, indiciado como suspeito de envolvimento com a organização
criminosa, deverá ser ouvido até quinta-feira (1º).
Como a investigação é complexa, por
envolver muitas pessoas, pode haver a necessidade de elaborar autos
complementares a serem apresentados após a conclusão e envio do inquérito à
justiça.
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