Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Juiz manda soltar ex-tenente do Exército que matou estudante maranhense em Teresina


O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri do Piauí, Antônio Nollêto, determinou a soltura do ex-tenente do Exército, José Ricardo da Silva Neto, que confessou ter assassinado a tiros sua namorada, a estudante maranhense Iarla Lima Barbosa, de 25 anos, na zona leste de Teresina, no dia 19 de junho de 2017.

A decisão judicial é da última sexta-feira (2) e desde então o ex-tenente do Exército encontra-se em liberdade condicional. (leia a íntegra da decisão do juiz)

O juiz determina como medidas cautelares que José Ricardo não pode se ausentar temporariamente ou definitivamente do município de sua residência, sem a devida autorização do Juízo; deve comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimado; comparecer mensalmente perante o juízo da Comarca de Recife (PE), para informar e justificar as suas atividades; recolhimento domiciliar no período noturno, a partir das 20h; não se envolver em nenhum outro delito e não frequentar casas de eventos.

José Ricardo estava preso desde o dia do crime quando foi encontrado no condomínio onde morava, no bairro Santa Isabel. No carro, no mesmo local, ainda estava o corpo da jovem morta. Com ele foi apreendida a arma do crime, uma pistola calibre 380.

A advogada da família Karla Oliveira, explica que a medida já era esperada pelos familiares. "Causa aquela sensação de impunidade e de indignação, mas o Dr. Nollêto tão somente cumpriu a lei que determina que tendo bons antecedentes criminais, ele pode aguardar o Júri em liberdade", explicou a advogada.

O promotor Ubiraci Rocha informou que está de férias e ainda não tomou conhecimento da decisão. Ele disse que ao retornar analisará a decisão para as devidas providências.

O crime

O crime ocorreu na madrugada de 19 de junho de 2017, na saída de um bar na zona Leste da capital.

A estudante teria discutido com o namorado em um bar da zona leste de Teresina, e após o incidente, o tenente José Ricardo da Silva Neto saiu do bar com a namorada e mais duas moças.

Dentro do carro, ainda próximo do bar, o tenente sacou uma arma a atirou na namorada e nas duas moças que estavam dentro do veículo. Durante a discussão, ele disparou acidentalmente contra si e foi ferido na perna.

O tenente do exército foi preso no condomínio onde morava em um bairro de Teresina. No carro, que estava estacionado no mesmo local, ainda estava o corpo da jovem morta. Com ele a arma do crime, uma pistola calibre 380, foi apreendida.

Iarla foi sepultada no município de Governador Eugênio Barros, a 372 km de São Luís, no dia 20 de junho.

Família lamenta

Procurado pelo Cidadeverde.com, o primo de Iarla, Jordy Mesquita afirmou que a família está abalada com a informação e desabafa. "Sentimento de dor, impunidade e revolta é o que fica", disse o jovem.

No Facebook, Denis Lima da Silva, tio de Iarla, desabafa: “Como acreditar em uma justiça que manda soltar um assassino desse, frio calculista um filho do cão... só no Brasil mesmo pais de terceiro mundo pais das injustiça...”

Ministério Público

O Ministério Público do Piauí denunciou o ex-tenente à Justiça  por feminicídio.

Na denúncia, Ubiraci Rocha destacou que o crime foi cometido pelo menosprezo ou “discriminação à condição de mulher, haja vista a expressa manifestação de poder do acusado sobre a vítima, uma vez que estes mantinham uma relação amorosa (namorados), há apenas sete dias”.

O ex-oficial também foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado pelo feminicídio de Josiane Mesquita da Silva e Ilana Lima Barbosa, amiga e irmã, respectivamente, de Iarla que também teriam sido baleadas por ele.

O ex-tenente é natural da cidade de Recife/PE.

2 comentários:

  1. Esse criminoso tem que ser expulso do exército, e condenado pelo júri popular a 30 anos de reclusão por cada crime cometido.

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  2. Que absurdo. O minimo o exercito devria expulsar um safado, criminoso e calculista. Matou uma e tentou matar as testemunhas. Se fosse um analfabeto, ia morrer na preso.

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