Rádio Voz do Maranhão

sexta-feira, 16 de março de 2018

PF instaura inquérito para investigar como munição da instituição foi usada na morte de Marielle

Lotes de munições foram vendidos à PF de Brasília.
Até o momento, a PF acredita que a munição possa ter chegado ao Rio devido aos grandes eventos realizados na cidade, como Jogos Panamericanos, Copa do Mundo e Olimpíadas.
BRASÍLIA - A Polícia Federal divulgou nota nesta sexta-feira informando que abriu inquérito para investigar como a munição de pistola 9mm comprada em 2006 pela instituição foi usada na morte da vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes. De acordo com a perícia da Divisão de Homicídios, o lote de munição UZZ-18 é original, ou seja, não foi recarregada. As polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento para tentar descobrir se houve desvio do material.

Até o momento, a PF acredita que a munição possa ter chegado ao Rio devido aos grandes eventos realizados na cidade, como Jogos Panamericanos, Copa do Mundo e Olimpíadas. Policiais federais foram enviados ao Rio para os eventos e chegaram a fazer treinamentos em conjunto com PMs do Bope e de outras forças da polícia estadual. Uma das linhas de investigação é que a munição tenha sido desviada em uma dessas ocasiões. Na PF, a investigação será conduzida pela Divisão de Controle de Armas.

"Além da investigação conduzida pela Polícia Civil pelo crime de homicídio, já foi instaurado inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime. A Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro reiteram o seu compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro", diz a nota da PF.

Segundo o 'RJTV', lotes de munições foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822. Em uma nova perícia feita no fim da tarde desta quinta-feira, ficou constatado que 13 disparos atingiram o veículo em que Marielle estava: nove na lataria e quatro no vidro. Ainda de acordo com a TV Globo, o carro usado pelos criminosos tinha a placa clonada. Estão sendo feitas buscas na Baixada Fluminense pelo veículo.
Motorista morto com a vereadora Marielle Franco estava fazendo bico.
Anderson Pedro Gomes era casado e tinha um filho de 1 ano e 10 meses.
CELULARES DEIXADOS PARA TRÁS

Os criminosos deixaram para trás R$ 346 e três celulares que estavam com as vítimas dentro do Chevrolet Agile branco da vereadora. O dinheiro e os aparelhos foram apreendidos por agentes da Delegacia de Homicídios (DH), que investigam o crime. Para investigadores, o fato de nada ter sido levado comprova a linha de investigação de que Marielle foi executada. No local do crime, os policiais também apreenderam nove estojos de calibre 9mm de duas marcas marcas diferentes, uma brasileira e outra colombiana. Para a polícia, o atirador fez os disparos e, logo em seguida, os criminosos fugiram, sem nem desembarcar do veículo

Para a DH, dois carros participaram do crime: um Cobalt prata, onde estava o atirador, e outro veículo, que foi flagrado por câmeras da CET-Rio já obtidas pela DH se dirigindo para o local do crime. De acordo com os agentes da especializada, no segundo veículo, estavam homens que observavam a movimentação da vereadora durante o evento que ela participava, na Lapa, antes do crime. Entretanto, após a saída de Marielle do local, na Rua dos Inválidos, o carro segue o Cobalt.

A polícia trabalha com a hipótese de o segundo carro ter entrado na frente do veículo onde estava a vereadora, para facilitar o trabalho do atirador, que vinha no outro veículo. As câmeras da prefeitura, entretanto, não mostram o local do crime, só partes do trajeto feitos pelos carros, da Lapa até o Estácio. A polícia também já sabe a rota de fuga dos criminosos: eles entraram na Rua Joaquim Palhares, sentido Leopoldina, onde poderiam pegar a Avenida Brasil ou a ponte Rio-Niterói. Novas câmeras estão sendo analisadas para desvendar o resto da rota dos criminosos.

Duas testemunhas já prestaram depoimento. Uma delas foi a assessora da parlamentar que sobreviveu ao ataque. Ela ficou ferida por estilhaços e foi ouvida pela polícia por quase cinco horas na DH.

Informações de O Globo

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