Apesar
da decisão, o delegado Tiago Bardal continuará preso porque cumpre outra prisão
preventiva no âmbito estadual relacionado a um caso de contrabando em Viana.
Com
exceção de Galdino do Livramento e Evandro da Costa, a liberdade só será
concedida após o pagamento de fiança. Já o soldado Fernando Paiva e o coronel
Francalanci o pagamento será de 15 mil.
A Justiça Federal revogou nesta
segunda-feira (30) a prisão de oito acusados de envolvimento na quadrilha de
contrabando de armas, bebidas e cigarros no Maranhão.
Os beneficiados com a decisão foram o ex-vice
prefeito de São Mateus, Rogério Sousa Garcia, delegado Tiago Mattos Bardal, coronel
Reinaldo Elias Francalanci, soldado Fernando Paiva Moraes Junior, major Luciano
Fabio Farias Rangel, sargento Joaquim Pereira de Carvalho Filho, além de
Galdino do Livramento Santos e Evandro da Costa Araújo.
Dentre todos os citados, apenas o
ex-superintendente de investigações, Tiago Bardal, não poderá ser solto. Ele
ainda cumpre outra prisão preventiva no âmbito estadual relacionado a um caso
de contrabando em Viana. A defesa do delegado tentou habeas corpus nesse caso,
mas teve o pedido negado.
No entanto, para sair da prisão o juiz
Luiz Régis Bomfim Filho fixou algumas condições aos envolvidos no processo:
1) Com exceção de Galdino do Livramento
e Evandro da Costa, a liberdade só será concedida após o pagamento de fiança.
Para o ex-vice prefeito Rogério Sousa, delegado Tiago Matos Bardal, major
Luciano Rangel e o sargento Joaquim Pereira deverão pagar o valor de 30 mil
reais. Já o soldado Fernando Paiva e o coronel Francalanci o pagamento será de
15 mil.
2) Eles terão recolhimento domiciliar no
período noturno e nos finais de semanas.
3) Com exceção de Galdino do Livramento
e Evandro da Costa, todos os outros deverão ser monitorados com tornozeleira
eletrônica.
4) Terão que comparecer periodicamente
em juízo para informar e justificar atividades. No caso de Rogério Garcia,
delegado Tiago Bardal, coronel Francalanci, major Rangel e do sargento Joaquim
Pereira, o comparecimento deve ocorrer duas vezes ao mês. Para o soldado
Fernando Paiva será mensal, enquanto para Galdino do Livramento e Evandro da
Costa será trimestral.
4) Deverão comunicar ao Juízo sobre
mudança de endereço ou ausência da residência, por mais de 15 dias.
5) Estão proibidos de manter contato com
os demais denunciados e/ou eventuais investigados que tenham relação com os
fatos delitivos em apuração.
6) Estão proibidos de ter acesso e/ou
frequência no sítio localizado no Quebra Pote, em São Luís, onde um grupo foi
flagrado em posse em posse de armas, bebidas alcoólicas e cigarros
contrabandeados. A operação foi realizada pela Polícia Militar na madrugada do
dia 21 de fevereiro.
7) Além disso, o delegado Bardal, o
coronel Francalanci, o soldado Fernando Paiva, o major Luciano Rangel e o
soldado Joaquim Pereira, deverão ter o exercício da função pública suspenso.
Por fim, o juiz manteve a liberdade
provisória de José Carlos Gonçalves, Aroudo João Padilha Martins, Edmilson
Silva Macedo e Rodrigo Santana Mendes, e o advogado Ricardo Jefferson Muniz
Belo - que foi encontrado junto com o delegado Tiago Bardal próximo a um porto
privado que servia para receber as mercadorias contrabandeadas, segundo a SSP.
O
envolvimento de policiais no esquema de contrabando
O major Luciano Rangel era o
subcomandante do 21º Batalhão da Polícia Militar, que fica na zona rural de São
Luís. Segundo as investigações da Secretaria de Segurança Pública, o ‘major
Rangel’ e outros cinco policiais usavam uma viatura da PM para fazer a escolta
de caminhões que transportavam cargas ilegais.
Segundo a SSP, Rangel fazia parte de uma
quadrilha de contrabandistas que foi desbaratada no mês de fevereiro. Dessa
mesma quadrilha, a polícia diz que já encontrou dois galpões clandestinos. Os
depósitos foram encontrados na zona rural de São Luís com uma grande quantidade
de bebidas e cigarros avaliada em 100 milhões de reais.
O soldado Fernando Paiva disse em
depoimento à Justiça Federal que foi coagido pelo secretário de segurança
pública, Jefferson Portela, a incriminar o delegado Tiago Bardal e o deputado
Raimundo Cutrim no esquema de contrabando. O secretário nega e diz que as
declarações são mais uma articulação da organização criminosa.
Já o ex-vice-prefeito de São Mateus,
Rogério Sousa, é apontado como um dos chefes do esquema criminoso. Antes de ser
preso, ele enviou um áudio a outros suspeitos na semana passada e que pode
comprometer outros agentes públicos.
"Realmente complicou... Mas eu
estou trabalhando via o secretário e dois deputados pra gente ... É... sanar
esse problema. Esses dias eu tenho trabalhado só isso...usando da minha
influência política para poder mandar chamar esses caras, o deputado chamar e
tal pra ver se a Gente consegue reverter. Por enquanto a gente tem que engolir
esse veneno até a mudança de comando... é o que estou sendo orientado,
entendeu?”, disse Rogério no áudio.
Prisões
da quadrilha
Entre os presos por participação na
quadrilha de contrabandistas estavam: O delegado Tiago Bardal, que era
superintendente estadual de investigações criminais; o ex-vice-prefeito da
cidade de São Mateus, Rogério Sousa; o coronel da Polícia Militar, Reinaldo
Elias Francalanci; e o major Luciano Rangel.
Ao todo, 13 pessoas vão responder pelos
crimes na Justiça Federal, mas sete não foram denunciadas. Entre elas, estão o
tenente-coronel Eriverton Nunes Araújo, que teve prisão decretada pela Justiça
Federal e está solto por falta de provas, segundo o Ministério Público do
Maranhão.
Além dele, o advogado Ricardo Jeferson
foi denunciado, mas vai responder em liberdade. De acordo com a Secretaria de
Segurança Pública, ele foi encontrado junto com o delegado Tiago Bardal próximo
a um porto privado que servia para receber as mercadorias contrabandeadas.
Com informações do G1 Maranhão
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