*Por Robson Paz
A 90 dias do fim do prazo de registro de
candidaturas para as eleições de 7 de outubro, um mar de incertezas ronda a
oposição sarneysista sobre o candidato que enfrentará o governador Flávio Dino
na disputa pelo governo do Estado.
Há meses, escrevi neste espaço que o
embate entre o governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney é
improvável. Tese que se consolida à medida em que se aproxima o pleito.
A razão é simples. Sem apoio popular,
político e aliada de Michel Temer, presidente mais rejeitado do país
pós-ditadura, Roseana Sarney aposta as últimas fichas no poderio midiático do
clã. E partiu para um festival de ataques Fake news ao governo Flávio Dino.
Tentaram transformar em escândalo e
envolver o governo no suicídio do médico Mariano Castro; no suposto
monitoramento de políticos e a nomeação legal de capelães da Polícia Militar.
Com baixa credibilidade e nenhum amparo na realidade, as investidas midiáticas
da oposição sarneysista fracassaram, conforme atestam pesquisas.
A rejeição experimentada nas andanças
pelo interior fez a emedebista recuar das aparições públicas. Aos defensores da
candidatura de Roseana Sarney resta torcer por um ‘inusitado’ escândalo
envolvendo o governo. Uma espécie de novo ‘Reis Pacheco’ para dar o mínimo de
oxigênio ao projeto sarneysista de voltar ao poder. Chances remotas se
considerarmos que o governo Flávio Dino se destaca como o mais eficiente do
país, combate a corrupção e cuja transparência e controle dos gastos públicos
saltou de zero para dez na escala da CGU (Controladoria Geral da União).
E na ausência de Roseana Sarney, qual
será o posicionamento do clã? Apoiar Roberto Rocha? Estimular a candidatura de
Eduardo Braide? Nenhuma coisa, nem outra. Ser a segunda força política do
Estado não é a pior situação dos mundos. Menos ainda considerando que daqui a
quatro anos haverá novo embate pelo governo e este não terá como candidato o
governador Flávio Dino.
Por isso mesmo, Sarney não pensa na
hipótese de transferir o espólio. Sabendo disso, o deputado estadual Eduardo
Braide anunciará, nas próximas semanas, sua candidatura a deputado federal.
Manterá, assim, o projeto de disputar a prefeitura de São Luís em 2020.
Pois bem, e o que faria o grupo Sarney?
A prioridade do clã é eleger um senador. Com o olhar voltado para a eleição de
2022. A evidência aponta para a candidatura de Sarney Filho (PV). Mas, este
poderá ser uma vez mais sacrificado e ceder a vaga para a irmã.
Qual seria a justificativa e quem
substituiria Roseana Sarney? A explicação já começou a ser ensaiada. Roseana só
aceitaria ser candidata ao governo no comando do MDB. Proposta, de pronto,
recusada pelo senador João Alberto. Com a desistência de Roseana Sarney resta
como alternativa a candidatura do fiel escudeiro de Sarney, João Alberto.
Candidatura que cumprirá a tarefa de manter minimamente coeso os 25% orgânicos
do grupo.
Aos demais candidatos do consórcio
sarneysista restará resignarem-se à condição de linha auxiliar do projeto
coronelista. E Flávio Dino segue com amplo favoritismo para conquistar o
segundo mandato.
*Radialista,
jornalista. Secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova
1290 Timbira AM.
A turma do Sarney tá tudo caduca.
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