A médica pediátrica Lúcia Regina
Mendonça Bastos foi condenada a 12 anos, sete meses e 20
dias de reclusão por ter mandado matar o marido, o empresário George Siqueira de Sousa, o "Geo", em 19 de julho de 2011, na cidade de Itapecuru-Mirim.
A vítima trabalhava com material de
construção, tendo uma empresa de representação comercial de cimentos. À época
do crime, informações da polícia davam conta que o comerciante era conhecido também
pela prática de agiotagem (empréstimo de dinheiro a juros), sendo suspeito de envolvimento
em um homicídio. Ainda no dia do execução do comerciante, já chegava à polícia informações de que poderia se tratar de crime passional.
Outro envolvido no assassinato, Carlos Alberto
da Silva Santos, foi considerado culpado e condenado à pena de 12 anos de
reclusão. Já a acusada Benedita de Araújo Melo foi absolvida pelo Conselho de
Sentença. Os dois condenados poderão recorrer em liberdade.
Todos acusados, por intermédio de
pistoleiros, planejaram e executaram a morte do marido da médica.
Consta na peça acusatória que, em julho
de 2011, os três envolvidos teriam planejado a morte do marido de Lúcia Regina.
A ex-companheira afirmou que sofria constantes agressões por parte do marido, o
que teria motivado o planejamento do crime em companhia de Benedita de Araújo.
Elas contactaram Carlos Alberto que, por sua vez, teria acionado dois homens
para concretizarem a morte. O processo dos dois homens corre em separado,
segundo a Justiça.
O inquérito relatou que a vítima estava
na Loja Tarsotel, no centro da cidade, quando uma moto parou na porta. O homem
que estava na garupa desceu, se aproximou, e disparou dois tiros na cabeça da
vítima para, em seguida, empreenderem fuga.
No decorrer da investigação, a polícia
apurou que a vítima era casada com Lúcia Regina desde 1994, tendo com ela duas
filhas. Foi apurado, ainda, que Lúcia Regina havia registrado dois boletins de
ocorrência, alegando ser vítima de violência doméstica praticada pelo marido,
desde o ano de 2003.
Relata a denúncia que Lúcia Regina e
Carlos Alberto teriam se encontrado uma vez em Chapadinha para acertar detalhes
do crime, momento em que Carlos ligou para um dos executores e afirmou que o
valor do serviço seria de R$ 50 mil. A polícia desvendou o crime após realizar,
sob autorização judicial, a interceptação dos telefones dos acusados.
A sessão teve início na quinta-feira (12), sendo retomada e encerrada na sexta-feira (13), totalizando 38 horas de duração, sendo presidida pela juíza Edeuly Maia Silva, titular da 3ª Vara de Itapecuru-Mirim.
Além da magistrada presidente do
Tribunal do Júri, a sessão contou com os promotores Denis Lima Rego, Benedito
de Jesus Nascimento e Carlos Augusto Soares na acusação. Na defesa dos réus, os
advogados Erivelton Lago, Jogundo Ferreira Franco Filho, Eduardo Ferreira
Bringel e Vitor de Sousa Lima.
O vereador Abraão Nunes, o PM Carlos Alberto e a médica Lúcia Regina foram presos em 07 de novembro de 2013 por envolvimento na morte do empresário "Geo" |
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