Coronel Carlos Alves divulgou vídeo
afirmando que, se TSE aceitar pedido do PT e declarar Bolsonaro inelegível,
sofrerá as consequências. Uso da tornozeleira foi determinado pela Justiça.
Por Ana Paula Andreolla, TV Globo —
Brasília
A Polícia Federal (PF) informou nesta
sexta-feira (26) que o coronel da reserva Carlos Alves passará a usar
tornozeleiras eletrônicas após decisão judicial.
Engenheiro militar da reserva, Alves
divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que, se o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) aceitar o pedido do PT e declarar Jair Bolsonaro (PSL)
inelegível, irá sofrer as consequências.
A pedido da Procuradoria Geral da
República (PGR), a PF abriu um inquérito para investigar o coronel e o ouviu
nesta sexta-feira.
"Se aceitarem essa denúncia
ridícula e derrubarem Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos aí derrubar
vocês aí, sim", diz o coronel no vídeo.
"O juízo determinou o monitoramento
eletrônico do investigado, a proibição de andar armado e possuir arma em casa,
o impedimento de deslocar-se à cidade de Brasília, bem como a obrigação de se
manter a pelo menos de 5 km de distância de todos os Ministros do STF, do TSE e
do Ministro de Estado da Segurança Pública", informou a PF em nota (leia a
íntegra mais abaixo).
Na última terça (23), o Supremo Tribunal
Federal (STF) aprovou um requerimento para a Procuradoria Geral da República
(PGR) investigar o vídeo com ofensas à presidente do TSE, Rosa Weber, e a
outros ministros do tribunal.
STF pede a PGR que investigue ataques de
coronel da reserva à ministra Rosa Weber
O
que diz o Exército
Após a decisão do STF, o Exército
divulgou uma nota na qual afirmou que o militar "afronta diversas
autoridades" e deve assumir as responsabilidades pelas declarações, que
"não representam o pensamento do Exército Brasileiro".
Cabe ressaltar, ainda, que o comandante
do Exército, por intermédio de seu gabinete, encaminhou uma representação ao
Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de
possível ilegalidade", acrescentou a força.
Segundo o Ministério Público Militar, a
apuração cabe ao Ministério Público Federal "uma vez que não se trata de
crime militar".
Leia
abaixo a íntegra da nota da PF:
Brasília/DF
- A Polícia Federal cumpriu na tarde de hoje (26/10) mandado de busca e
apreensão, expedido pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação é
resultado de representação da Polícia Federal à Justiça, com o objetivo de
investigar ameaças e ofensas, divulgadas em vídeos na internet, a diversas
instituições e autoridades da República. Foram apreendidos pela PF dispositivos
de armazenamento de dados, como computadores e aparelhos celulares.
Além
do mandado de busca e apreensão cumprido no Rio de Janeiro, o juízo determinou
o monitoramento eletrônico do investigado, a proibição de andar armado e
possuir arma em casa, o impedimento de deslocar-se à cidade de Brasília, bem
como a obrigação de se manter a pelo menos de 5 km de distância de todos os
Ministros do STF, do TSE e do Ministro de Estado da Segurança Pública.
O
investigado poderá responder pelos crimes de difamação, injúria,
constrangimento ilegal, ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança
Nacional.
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