O presidente eleito repetiu em
cadeia nacional uma das principais informações falsas que circulou pelo
WhatsApp nas eleições, desmentida pelo TSE
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
foi entrevistado na noite desta segunda-feira (29) no Jornal Nacional.
Questionado sobre os ataques que fez ao jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro
voltou a dizer que “imprensa que se comportar mentindo não terá apoio do
governo”, fazendo referências às verbas publicitárias governamentais que serão
cortadas.
Durante a campanha, o militar da reserva
já havia ameaçado o veículo. “A Folha de S.Paulo é o (sic) maior fake news do
Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre:
parabéns! Imprensa vendida: meus pêsames!”, disse em discurso na avenida
Paulista, após a publicação da reportagem que revelou esquema de disparos em
massa anti-PT via WhatsApp financiados por empresários, o que configura Caixa 2
e é ilegal.
Bolsonaro também reclamou de outra
denúncia da Folha sobre a funcionária Walderice Santos da Conceição, que desde
2003 era um dos 14 funcionários do gabinete do então parlamentar, em Brasília,
recebendo salário bruto de R$ 1.351,46. No entanto, segundo o jornal, ela fazia
serviços particulares na casa de veraneio do presidente em Angra dos Reis (RJ)
e tinha uma loja de açaí. “Não posso considerar essa imprensa digna.”
O presidente eleito ainda respondeu
pergunta sobre o que quis dizer com a afirmação de que “marginais vermelhos
serão banidos” do país. De acordo com Bolsonaro, ele se referia à “cúpula do PT
e a Boulos que disse que iria invadir a casa dele”. “No Brasil de Bolsonaro,
quem desrespeitar a lei sentirá o peso da mesma contra a sua pessoa.”
Fake news e “kit gay”
O presidente eleito repetiu em cadeia
nacional uma das principais informações falsas que circulou pelo WhatsApp nas
eleições. A fake news foi desmentida pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), que afirmou que o “kit gay” nunca existiu.
A chapa de Jair Bolsonaro foi proibida
de divulgar nas redes sociais publicações sobre “kit gay”. “A difusão da
informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC
gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político”,
apontou na decisão o ministro Carlos Horbach.
“Eram cartazes, livros com crianças se
acariciando e se beijando, uma agressão contra a família e a inocência da
criança”, afirmou Bolsonaro.
Ele ainda disse que as divisões entre
“ricos e pobres, negros e brancos, héteros e gays” apareceram nos governos do
PT. E prometeu convidar o juiz Sergio Moro para ser Ministro da Justiça ou para
integrar o Supremo Tribunal Federal, o que ele preferir.
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