O
assistente social Marcelo Reis Garcia, especialista em políticas sociais, com
trabalhos desenvolvidos para administrações de PSDB e DEM, escreveu depoimento
emocionado a respeito do interrogatório do ex-presidente
Marcelo Reis Garcia, assistente social e
especialista em políticas sociais, que prestou serviço em gestões de Antônio
Anastasia (PSDB) e César Maia (DEM), publicou um texto emocionado em sua
página, defendendo o ex-presidente Lula, depois do interrogatório a que foi
submetido com a juíza substituta Gabriela Hardt. Acompanhem o texto:
Luiz Inácio Lula da Silva
O ex-presidente está preso há 7 meses.
Preso sem provas concretas. Os delatores estão soltos e morando em suas
mansões. Só votei em Lula uma única vez na vida (segundo turno de 1989). Mas
separei quase 3 horas do meu dia e assisti ao depoimento de Lula para a nova
Juíza do caso Lava Jato.
Em nenhum momento foi apresentado uma
única prova de que o sítio de Atibaia era dele. Muito ao contrário, as provas
mostravam que não era dele.
Eu repito: assisti atentamente.
Não foi apresentado uma única prova.
Nenhuma prova que o sítio fosse dele.
Ele frequentava o sítio como eu já
frequentei casa de vários amigos.
Ontem tive muito respeito por Lula:
Ex-presidente da República que deixou o
governo com 90% de aprovação, que teve um câncer 1 ano depois, 73 anos, viúvo
há a quase dois, preso há 7 meses sem uma única prova concreta do triplex do
Guarujá e ele buscando por vida e justiça.
Poderia ter saído do país e estar
exilado, mas foi se entregar na Polícia Federal do Paraná e cumpre uma pena de
10 anos sem que uma única prova seja real.
Enquanto isso, Temer é Presidente da
República e Padilha e Moreira são ministros.
Podem me vaiar, bloquear ou me expor ao
inferno, mas Lula é sim um preso político.
O PT cometeu erros enormes, mas os
demais partidos também. Mas o troféu que queriam era Lula.
Fiquei triste em ver o que a Justiça
pode fazer com um brasileiro. A Justiça pode matar, prender e calar uma voz.
Lula está preso e em silêncio. Está velho e frágil, mas manteve em todo
depoimento argumentos sólidos sobre sua situação e sabe que o tempo será cruel
com ele.
No final do depoimento, chorei pelo
Brasil e vi que quando a classe média e a elite minoritária desse país se
sentem ameaçadas elas usam da legalidade para reverter o jogo e voltar ao
poder.
Tenho 49 anos e tive a sensação que
veremos Lula sair no caixão da prisão e aí a história será de fato contada e
compreendida. Aí virão monumentos, homenagens e tudo mais.
Lula quer a vida dele de volta. Lula não
quer ser um herói morto. Quer ser um político vivo e com voz. Tenho quase
certeza que não vai conseguir.
A Justiça mostrou pra mim que esse país
mata com a lei na mão e que a lei é uma interpretação. No caso de Lula, uma
interpretação de pena de morte.
Lula vai morrer na cadeia.
E o que mais me assusta é que é
justamente isso que a minoria que comanda s desigualdade no Brasil quer.
Marcelo Reis Garcia
Com informações da Revista Fórum
Com informações da Revista Fórum
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