Com os cabelos curtos por causa de um
tratamento com quimioterapia, a educadora Deborah Lourenço, sofreu ofensas
homofóbicas e agressão no Centro do Rio de Janeiro nesse sábado (24).
Após mais uma sessão de quimioterapia,
Deborah foi até o Centro para tomar um café. Ao estacionar um homem começou a
xingar e empurrar a educadora por acreditar que ela era homossexual, uma vez
que o tratamento para o câncer de mama ao qual se submete provocou a queda de
seus cabelos.
O caso, ganhou notoriedade após um
relato do marido de Deborah, Jorge Lourenço, ter sido compartilhado mais de 30
mil vezes no Facebook. No texto, Jorge desabafa.
Ele diz que mesmo quem é cis-hétero e
não imagina que a onda de ódio disseminada por políticos e pastores não o
afetaram “ela vai chegar até você”.
“Não se engane você não, que é
cis-hétero normativo e imagina que a onda de ódio que certos políticos e
pastores pregam nunca vai chegar até você, seus parentes ou seus amigos”,
escreveu Lourenço.
Leia
o relato completo:
Hoje,
a minha esposa Deborah foi agredida no Centro do Rio de Janeiro. Em tratamento
de um câncer de mama, ela voltava da radioterapia quando, por conta da queda de
cabelo da quimioterapia, foi confundida por um imbecil com um transsexual.
Foi
empurrada, ameaçada e xingada de “viado de merda” por essa pessoa depois de
sair do carro. A situação só não foi pior porque o guardador de carros impediu.
Mas sim, está tudo bem com ela, apesar do susto.Infelizmente, vivo no meio de
gente imbecil que relativiza machismo, homofobia e transfobia. Que ainda fala
de “mimimi”, que ainda fala que o Brasil é sim um país tolerante.
Homens
inseguros ou fundamentalistas religiosos que normalizam o discurso de ódio, o
tipo de coisa que permite imbecilidades como essa continuarem se repetindo por
aí. De novo e de novo.
Não
se engane você não, que é cis-hétero normativo e imagina que a onda de ódio que
certos políticos e pastores pregam nunca vai chegar até você, seus parentes ou
seus amigos.
Hoje,
eu só agradeço por não estar do lado de Deborah quando isso aconteceu. Porque
aí a intolerância ia ser da minha parte.
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