Rádio Voz do Maranhão

sábado, 29 de dezembro de 2018

O preconceito e a intolerância avançam: Transexual é perseguida e assassinada com 11 tiros a caminho da academia em MG

Familiares da vítima disseram à PM que Nicolly Banks já havia sofrido uma tentativa de homicídio a tiros, em novembro
Arthur Júnior Oliveira Silva, de 26 anos, a Nicolly Banks, foi assassinado com 11 tiros
Uma transexual foi executada com onze tiros por volta das 8h30 da manhã desta sexta-feira (28), quando estava a caminho de uma academia de ginástica. O crime foi na rua Leopino Lourenço de Araújo, no bairro Laranjeiras, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

A vítima, Arthur Júnior Oliveira Silva, de 26 anos, já havia sofrido uma tentativa de homicídio no mês passado. Ela vinha recebendo diversas ameaças de morte pelo telefone, caso não deixasse a cidade.

Policiais militares receberam denúncia de que havia uma vítima do sexo feminino caída no local do crime. Os PMs verificaram que se tratava de uma transexual, posteriormente identificado por Arthur Júnior, cujo nome social era Nicolly Banks.

Também no local, os PMs apreenderam 11 cápsulas de arma de fogo calibre 380. A perícia compareceu e o corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade.

Familiares da vítima disseram à PM que Nicolly Banks havia sofrido uma tentativa de homicídio a tiros, em novembro. Na época, ela morava sozinha e buscou proteção na casa do pai adotivo. Na época, Nicolly Banks comentou com uma cunhada que faria boletim de ocorrência, mas foi convencida por ela a não registrar queixa.

De acordo com a PM, a vítima, após a tentativa de homicídio, recebeu diversas mensagens de texto pelo celular, com ameaças para deixar a cidade, senão iria morrer. Nicolly Banks, então, foi morar na casa de um amigo. Segundo a PM, as mensagens do celular foram anexadas ao boletim de ocorrência. O teor das informações não foi divulgado.

O crime

Uma moradora da rua onde aconteceu o crime disse à PM que escutou diversos tiros e que viu a vítima correndo e gritando por socorro, repetindo: “não, não, não”. Segundo a testemunha, o autor do crime perseguiu a vítima e acertou tiros em diversas partes do corpo dela.

A autoria e a motivação do crime são investigados pela Polícia Civil, que analisa mensagens do celular da vítima. Até a tarde desta sexta-feira, nenhum suspeito havia sido preso.

Homenagem

Amigos de Nicolly Banks fizeram uma homenagem a ela na página da vítima no Facebook. “Esperamos que as pessoas que amam Nicolly encontrem alento ao visitar seu perfil, para lembrar e celebrar sua vida”, diz a mensagem. Nicolly Banks já havia sofrido uma tentativa de homicídio no mês passado e vinha recebendo diversas ameaças de morte pelo telefone, caso não deixasse a cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

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