A encenação militar e o aparato
absurdo de segurança deu o tom da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, que foi
encerrada com poucos convidados nos salões nobres do Palácio do Planalto e no
Itamaraty, abertos apenas aos que tramam essa mudança pelo medo - e bem longe
da esperança.]
O meio milhão de apoiadores esperados
para acompanhar a cerimônia de posse na Esplanada dos Ministérios, em Brasília,
não compareceu – o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estimou em 115
mil; mas, pelas imagens o número não chega nem perto disso. Muitos dos que por
lá estiveram levaram bandeiras de Israel e Estados Unidos, além de idolatrias
aos resquícios da ditadura militar, como homenagens ao Coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra, chefe da tortura no Doi-Codi e ídolo do presidente.
Na Praça dos Três Poderes, o Rolls-Royce
presidencial estava longe de qualquer pessoa que pudesse ser identificada como
“povo”. E na subida da rampa para a posse do presidente, em vez de povo, os
canhões fizeram a cena de fundo da foto.
Muito diferente do que ocorreu há 16
anos, quando mais de 200 mil pessoas apostaram na esperança para vencer o medo
e nas mudanças propostas pelo líder operário Luiz Inácio Lula da Silva para
reduzir o fosso da desigualdade no Brasil, a posse de Jair Bolsonaro (PSL)
nesta terça-feira (1º) trouxe de volta a Brasília o clima sombrio dos anos de
chumbo.
O confinamento dos profissionais da
imprensa, que desde às 7h30, foram vigiados em redutos com condições mínimas de
trabalho – sem nem mesmo água ou maçã -, começou a mostrar a face do governo
que se instalaria a partir dali.
Nas mesmas falas, a contraditória
crítica nacionalista do “gigantismo do Estado”, que se prepara para ser
dissolvido em interesses de países hegemônicos e empresas transnacionais; à
ideologização, como se existisse ideologia somente em um lado da história; e à
própria politização do cidadão; como se o presidente empossado não tivesse
feito carreira e riqueza nos 7 mandatos parlamentares – sem contar os dos
filhos.
A encenação militar e o aparato absurdo
de segurança deu o tom da cerimônia de posse, que foi encerrada com poucos
convidados nos salões nobres do Palácio do Planalto e no Itamaraty, abertos
apenas aos que tramam essa mudança pelo medo – e bem longe da esperança. Uma
mudança sem povo, com tanques e a promessa do presidente de “derramar sangue,
se necessário for”, para que a bandeira brasileira “continue verde e amarela”.
da Revista Fórum
A história se repete como farsa, e cá estamos nós mais uma vez nas mãos de generais, prestes a ingressarmos em um novo período de retrocesso e repressão, marcado que poderá ser por dias difíceis e amargos para o povo brasileiro, com graves restrições de direitos civis, políticos e sociais à população, como costuma ocorrer sempre que a democracia é abatida pela tirania de regimes totalitários sob o comando de déspotas castrenses.
ResponderExcluirÉ como se estivessem voltando a nós os fantasmas de um passado recente e dramático, quando os militares por meio de um Golpe de Estado usurparam o poder, dando início a mais brutal de todas as ditaduras impostas na América Latina, que se estenderia por 21 anos, resultando na morte, tortura e desaparecimento de centenas de brasileiros que bravamente lutaram contra a tirania sanguinária dos generais fascistas nos “anos de chumbo”. Um período de trevas e dor para o país, e que começa a se desenhar outra vez no Brasil.
É utopia imaginar que um governo de matriz militar conservadora possa restabelecer a democracia abalada pela instabilidade política e econômica do país; chega a ser ingênuo pensar assim!!! A democracia só se realiza de forma plena quando o povo está no comando, eis que em um Estado democrático, todo poder deve emanar do povo. Governos militares resultam sempre em ditaduras, muitas delas sanguinárias.
A história está repleta de tiranos que lançaram mão de fuzis e tanques de guerra para se perpetuarem no Poder: Idi Amin (Uganda), Slobodan Milosevic (Sérvia), Parvez Musharraf (Paquistão), Ben Ali (Tunísia), Mubarak (Egito), Costa e Silva e Garrastazu Médici (Brasil), entre tantos outros. A terra está impregnada de sangue inocente derramado por ordem desses aventureiros.
Espera-se que o Brasil retome logo o caminho da ordem democrática, do respeito aos mandamentos constitucionais, da liberdade plena e da JUSTIÇA cega e imparcial... Antes que seja tarde demais!!