Rádio Voz do Maranhão

sábado, 5 de janeiro de 2019

Sepultamento de jovens mortos a tiros é marcado por revolta e tristeza no povoado Mato Grosso, em São Luís; veja vídeos

Gildean Castro Silva, Gustavo Feitosa Monroe e Joanderson da Silva Diniz foram encontrados mortos na sexta (4) em uma região de mato no bairro Coquilho, onde moravam.

O sepultamento dos corpos dos três jovens executados a tiros no povoado Mato Grosso, em São Luís, ocorreu neste sábado (5). 

Os primeiros a serem enterrados no cemitério comunitário, no povoado Coquilho, por volta de 9h30, foram Gustavo Feitosa Monroe, 18, e Joanderson da Silva Diniz,17. Já Gildean Castro Silva, de 14 anos, foi sepultado às 14h no mesmo cemitério. 
Os três foram encontrados mortos na manhã de sexta-feira (4) em uma região de matagal, a cerca de 2 km da obra do residencial do Minha Casa, Minha Vida. Os suspeitos são seguranças que prestam serviços para a Construtora K2. Dois deles seriam policiais militares.

O cortejo com os caixões de Gustavo Feitosa e de Joanderson da Silva foi acompanhado por centenas de pessoas, que percorreram o trajeto entre o barracão da comunidade Mato Grosso, onde os corpos foram velados, até o cemitério comunitário, no Coquilho. Durante o trajeto, moradores e familiares clamaram por justiça.

Crime de execução e revolta dos moradores

A princípio, segundo a polícia, os três rapazes foram mortos por arma de fogo com tiros na nuca. A primeira suspeita é de que vigilantes de uma área de construção da região teriam cometido o crime. Dois PMs estaria envolvido no crime.

Segundo informações do avô de um dos rapazes, as mãos deles apresentavam perfurações provocadas pelos disparos. “Com certeza, eles estavam com as mãos na cabeça quando foram executados. Além disso, os corpos apresentavam perfurações de faca e hematomas, o que indica que eles também foram torturados antes da execução. Pode ser coisa de milícia ou de grupo de extermínio. Um dos matadores deixou o celular no local, o que está facilitando a elucidação desse crime bárbaro. Ele é um policial militar. Queremos justiça, com prisão e punição dos culpados”, disse.

Segundo familiares, eles foram vistos pela última vez na manhã de quinta-feira (3) em uma área de construção de casas do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" que está sendo realizado na região.

Após os corpos terem sido encontrados no final da manhã de sexta-feira (4), moradores se revoltaram e incendiaram dois ônibus que fazem o transporte dos funcionários das construtoras da obra. Além disso, pessoas da comunidade de Coquilho ainda incendiaram o setor administrativo dos condomínios, quebraram portas, janelas e pias das casas que estão sendo construídas no local.

Nas proximidades do cemitério comunitário, ainda na sexta-feira, moradores fizeram bloqueio da estrada principal e tocaram fogo em duas mortos. Até o início da tarde de hoje, as carcaças da motocicletas, que teria sido tomadas de seguranças da obra, estavam no local.


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